terça-feira, 13 de setembro de 2011

As eleições e a bola.

votacao

Quem está apto a dirigir uma escola, com competência e honestidade, em Vitória, que levante a mão!

Em todas as Escolas de Ensino Fundamental e Centros de Educação Infantil, haverá eleição direta para o cargo de gestor. Todos os professores inscritos e habilitados para concorrerem ao pleito, que acontecerá em outubro, na Rede Municipal de Ensino, a partir de hoje, podem apresentar-se à comunidade escolar e fazerem sua propaganda.

As eleições ocorrem a cada três anos. Na última, em dois mil e oito, resolvi participar diretamente e concorri ao cargo, para dirigir a escola, em que já trabalhava há dezessete anos e pela qual era totalmente apaixonada.

Perdi. Ganhei experiência. Mas, principalmente, pude observar de perto este processo que se considera democrático, mas não oferece chances reais iguais a todos os candidatos. Vou explicar. Não é difícil entender.

Nesta eleição, o voto é universal, isto é, toda a comunidade escolar tem direito a um voto e ele tem o mesmo peso. Sendo o número de alunos muito superior ao de professores e funcionários, é este segmento (alunos) quem decide a eleição. Os pais, que também votam, só confirmam a vontade de seus filhos! Ou seja: quer ganhar a eleição? Agrade os alunos!!!

Os professores e os funcionários que estão na escola há mais tempo, que irão permanecer por mais tempo, que conhecem a escola e as suas necessidades, pelo lado de dentro, praticamente não são ouvidos! É claro que eles podem tentar influenciar os alunos. Mas a coisa fica mesmo complicada quando os professores de Educação Física resolvem concorrer ao cargo. Aí, caros leitores, não tem pra ninguém. A vitória é garantida.

Toda criança maior de dez anos pode votar, aqui em Vitória. E toda criança é apaixonada pelo seu professor de Educação Física. Ele é o que proporciona mais prazer. É o dono da bola. Regra geral, é a figura mais popular da escola. Não há como vencê-lo numa disputa para o cargo de direção, quando seus alunos votam e cada voto seu tem o mesmo peso de todos, da comunidade escolar.

Durante as discussões que antecederam esse período eleitoral, conversei com uma colega que atua no COMEV (Conselho Municipal de Educação de Vitória), na tentativa de abrir-lhe os olhos para essa questão. Não existem culpados. O erro está em como a eleição está organizada. Sugiro que os votos sejam paritários, ou seja, cada segmento compute os seus números separadamente, promovendo um equilíbrio entre eles. Assim todos os segmentos têm a chance de terem sua voz ouvida nessa disputa.

É preciso cuidado: nem tudo é tão democrático quanto parece ser! O conceito de democracia pode estar sendo utilizado em favor apenas de uma só categoria profissional. E numa real democracia todos têm os mesmos direitos.

Vitória precisa avançar nesse sentido.

Um comentário:

  1. DENISE,
    nÃO SÓ O DONO DA BOLA. NA CAÇA AO VOTO DOS ALUNOS, CANDIDATOS SE APROPRIAM DO QUE HÁ DE PIOR NAS ELEIÇÕES PARA LEGISLATIVO E EXECUTIVO.
    PROMESSAS VAZIAS, QUE SEDUZEM OS ALUNOS.
    QUEM NÃO QUER CAMPO DE FUTEBOL? BANHO DE PISCINA?
    E LÁ QUE SERÃO GARANTIDOS OS CONHECIMENTOS?
    O QUE ERA PARA SER DEMOCRÁTICO VIRA UM CANTO DE SEREIAS.
    ROSALBA

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