terça-feira, 28 de julho de 2020

O velho fusca

Eu confesso: não curto fuscas. Apesar de ter sido criada com um deles na garagem, do famoso automóvel não guardo memórias afetivas… Falta de afinidade, talvez.

Entretanto recebi o texto abaixo, de autoria desconhecida, em um grupo de uma rede social, e chamou-me a atenção. A moral dessa história é, sem dúvida, relevante. Ainda que a reflexão tenha partido de um fusca…

Afinal, nada chega às nossas mãos por acaso.

“Um pai disse ao filho:

- Você se formou com honra, portanto, está aqui um FUSCA, que comprei há muitos anos. Tem mais de cinquenta anos, mas antes de eu transferi-lo a você, quero que o leve ao estacionamento do centro da cidade e diga que quer vendê-lo, para saber qual é o valor que lhe oferecem.

O filho foi ao estacionamento de carros usados. Voltou ao pai e disse:

- Eles me ofereceram dois mil reais, porque parece muito desgastado.

O pai disse:

- Leve-o à loja de penhores. O filho foi à loja de penhores, voltou e disse:

- Ofereceram apenas mil reais, porque o carro é muito antigo.

Finalmente, o pai pediu ao filho para ir a um clube de carros antigos e lá mostrar-lhes o carro. O filho levou o carro ao clube, voltou e disse ao pai:

- Algumas pessoas no clube ofereceram setenta mil reais pelo carro, uma vez que é um carro raro e muito procurado entre os membros do clube! E o pai disse ao filho:

- Eu fiz isso para que você soubesse que no lugar certo, você será valorizado da maneira certa. Se você não é valorizado, não fique com raiva. Isso significa que você está no lugar errado. Quem conhece o seu valor é quem o aprecia. Nunca fique num lugar em que não entendem o seu verdadeiro valor!”


E você? Será que está no lugar certo?

É sempre tempo de pensar a respeito.

Nunca é tarde para recomeçar.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Luz, câmera… Socorro!

(magem: Produtora Infinity Plus)

Existem pessoas que ficam muito à vontade na frente das câmeras. Sabem se expressar com desenvoltura. Falam as palavras certas. Sustentam o olhar, enquanto usam a melhor expressão facial. E eu não sou uma delas. Sou um verdadeiro fiasco!

Muita gente tem descoberto algum talento, nesse tempo de distanciamento social, que aumentou o período passado dentro de casa. Comigo aconteceu o contrário. Descobri que sou uma lástima quando tenho que gravar algum vídeo!

No trabalho remoto, algumas novas exigências apareceram. Aliás, posso arriscar dizer que a minha rotina profissional mudou por inteiro. Recursos tecnológicos tornaram-se fundamentais para quase todas as ações. E dominar seus usos tornou-se crucial. Minha sorte é que não tenho lá grandes dificuldades. Anos, escrevendo e postando em um blog, deram-se alguma experiência.

Entretanto, ficar à frente das câmeras pressupõe outras habilidades maiores do que meramente técnicas. Descobri que sou péssima nessa arte. Mesmo não me considerando uma pessoa tímida, em situações cotidianas, as lentes causam esse efeito em mim. Fico desconcertada. Esqueço falas, raciocínios e me perco, ao acompanhar os movimentos dos músculos da minha face. Sempre acho que faço caretas.

Definitivamente, neste período, descobri a falta de um talento em mim… Ainda bem que não preciso dele para sobreviver! Escrever é a minha praia.

Ao invés de vídeo, me proponha um texto. Ao invés da câmera, prefiro o teclado. E essa habilidade não descobri com a pandemia. Veio comigo de berço.

Mas quem sabe eu ainda descubra que possa fazer pão doce ou uma almofada de crochê? Do jeito que as coisas estão, parece que não vai faltar tempo para aprender…

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Cada um no seu banheiro

Se é que existe um lado bom nisso tudo é, sem dúvida, para quem pode estar em casa, usar o próprio banheiro, durante todo o período do dia.

Para quem tem como rotina trabalhar fora o dia todo, como eu, e precisa usar o banheiro alheio, nesses tempos de pandemia, tem tido o seu próprio disponível 24 horas do dia. Pessoas como nós, certamente, estão curtindo muito a novidade.

Não se expor à doenças, além de contar com a privacidade que só a casa da gente tem, são algumas das vantagens de ter por perto o seu próprio sanitário. Revistinhas disponíveis, palavras cruzadas, porta deixada aberta, com a certeza que o ambiente é seguro… Quer coisa melhor?

Certamente quando a vida voltar para o outro normal, sentirei falta desta particularidade, que o distanciamento social me proporcionou. É fato que nós, mulheres, temos mais dificuldades para usar o banheiro coletivo. Muitos deles nem tão asseados como deveriam…

Não tem coisa melhor que poder usar o banheiro da casa da gente!

Não precisa ser de luxo, nem ter todo o conforto que a gente gostaria. O chuveiro pode não ter a água quente, nem a tampa do vaso pode não ser acolchoada. A iluminação pode ser pouca e até pode não ser bem ventilado… Mas é nosso. E isso é suficiente para garantir o nosso bem-estar. O resto, a gente improvisa.

Esquenta a água nos dias mais frios. Coloca um ventilador nos dias mais quentes. Mas o direito ao número dois com calma e segurança está garantido! Sem constrangimentos.

Êh, vida boa! Vou sentir mesmo falta.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Valeu, amigo

Valeu, Amigo

(Pikeno e Menor)

Eu ouvi palavras ditas com carinho
De que na vida ninguém é feliz sozinho
E você é um alguém que sempre me fez bem
Me protegeu e me tirou de todo perigo
E quando eu precisei você chorou comigo
Valeu por você existir, é tão bom te ter aqui

Eu rezo e peço pra Deus cuidar
A sua vida abençoar
Vou correr por você até o fim

Me quis tirar do mal, eu percebi
Disse verdades que eu mereci
Então pra sempre amigos, sim
Se Deus quiser
Vou ter você guardado no meu coração
Até nos seus conselhos de irmão
E é pra você que eu dedico essa canção

Eu rezo e peço pra Deus cuidar, cuidar
A sua vida abençoar, abençoar
Vou correr por você até o fim
Assim eu sei que pra você também
Sou alguém que te faz tão bem
Mais que amigo e irmão meu, valeu

Eu rezo e peço pra Deus cuidar, cuidar
A sua vida abençoar, abençoar
Vou correr por você até o fim
Assim eu sei que pra você também
Sou alguém que te faz tão bem
Mais que amigo e irmão meu, valeu

Quando todos se forem, eu vou estar lá com você
Amigos até depois do fim
Valeu, amigo!


Dedicado a todos os amigos e amigas que encontrei pela vida. Foram anjos, foram luz, foram presença.

Valeu mesmo.

Meus amigos todos não caberiam numa galeria. São muitos. Tantos… Sou privilegiada. 

A minha maior homenagem é nunca esquecer de nenhum deles.

E o meu reconhecimento e gratidão.

domingo, 19 de julho de 2020

Dentro de casa


Hoje completam 4 meses que estou em casa, desenvolvendo meu trabalho em home office, numa situação nunca sequer antes imaginada: em distanciamento social. Não sou só eu ou as pessoas do lugar onde moro, nem as do meu país. Estamos vivendo o período de uma pandemia mundial, causada pelo coronavírus.

Eu não sei bem quando ouvi falar desse vírus pela primeira vez. Acho que foi no final do ano passado. Talvez no início deste fatídico 2020. Mas, das primeiras notícias ouvidas ao que veio logo depois, pouco tempo se passou. Jamais poderia supor que viveríamos algo tão inédito! Provavelmente, você também não.

Estar em casa e só sair para as atividades mais necessárias – de máscara; usar as redes digitais, através dos instrumentos tecnológicos disponíveis, como meios de comunicação, inclusive para acessar os parentes e amigos mais próximos, fazer compras, pagamentos, trabalhar remotamente; álcool gel, álcool 70%, sabão, sabonete, detergente, de modo intensificado, por, no mínimo, vinte segundos, para manter as mãos limpas; sentir falta de tocar, beijar, abraçar, de calor humano… A nova atual rotina.

A solidão e a saudade passaram a conviver comigo. As lembranças também. A ansiedade. A esperança. A vontade de que tudo acabe bem. E o medo. Quem não tem medo de pegar essa terrível e letal doença? Tantos já morreram…

Alguns ainda tentam se enganar. Querem fingir que nada está acontecendo. Minimizam os impactos do vírus. Debocham das autoridades. Fazem pouco caso da desgraça alheia. Falta de empatia, de bom senso e de responsabilidade. Quero distância desses. Por todos os motivos citados. E, por não se cuidarem, possivelmente estão mais propensos à se contaminarem e espalhar o vírus.

Inquietante é saber que sabemos pouco sobre a doença. Muito menos, por quanto tempo isso tudo ainda irá durar. A distância das pessoas que amo dói demais! Já são quatro meses… Por quanto tempo mais?

Pelos jornais, acompanho as notícias. Alguns dias, pulo o noticiário para me poupar. Ninguém é de ferro. Muito menos, eu. Em outros dias, choro junto com quem perdeu seus entes queridos. Me emociono. Me revolto. Me entristeço. São dias vividos com intensidade emocional. E expectativas!

A impressão que tenho é estar presa num daqueles filmes norte americanos de ficção ou vivendo um enorme pesadelo. Um dia vou acordar. Ou me soltar. Tudo isso vai passar.

Essas inéditas experiências que estamos vivenciando farão parte de todos os livros de História, sem dúvida. Só nos resta torcer para sairmos ilesos e podermos ser leitores delas, daqui a alguns anos. Que Deus nos abençoe!

E que os cientistas façam a sua parte, com urgência, na criação da esperada vacina.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A soma de cada um

Cada um é do jeito que é. Tem aquele ditado antigo que diz: “quem vê cara não vê coração”. O embrulho esconde o que vai dentro do pacote e não expressa o seu valor…

Cada um se enfeita de acordo com o seu gosto, e julgamos, nós, de bom ou mau gosto.

E cada um age de acordo com seus valores e suas escolhas, traçando seu destino, à medida do possível, esbarrando-se aqui e ali, uns nos outros.

É nessa rede, no conjunto dos “ser de cada um“ e das ações de todos que se dão as relações humanas. Puro conflito! Não há como fugir.

Ninguém nasce homofóbico, racista, preconceituoso, delinquente, misógino, etc. Torna-se. Aprende-se a ser. Alguns, felizmente, desaprendem. Outros nunca frequentaram essa escola

Valores são adquiridos na convivência. Mas podem ser avaliados, reavaliados e, possivelmente, vencidos pela educação. A gente é o que nos foi proposto, mas também o que escolheu ser. Temos livre arbítrio. Inegável.

A família é a nossa primeira grande escola, nosso ponto de partida.

Se pensarmos nas nossas experiências de infância, talvez colecionemos algumas bem bizarras, tristes, quem sabe. Mas, com certeza, foram grandes aprendizagens que nos marcaram para a vida toda. Algumas precisam ser superadas… Outras enfatizadas para, jamais, serem esquecidas!

Nesse contexto, quero lembrar de uma tia querida, que marcou positivamente a minha vida. Esta tia era bem próxima, especialmente, na infância e juventude. Chama-se Lucy. Era casada com o irmão do meu pai.

Tia Lucy era aquela tia que conversava comigo, quando nos visitava, pois tinha tempo pra mim. No seu olhar, refletia doçura e bondade. Sempre tinha um caso para contar, seja qual fosse o assunto. Era engraçada.

Como tinha uma vida economicamente mais favorecida que a nossa, sempre que podia, me estendia a mão. Foi parceira nos momentos que mais precisei.

Hoje ela não está bem e precisa das nossas orações. O tempo passa e o nosso corpo, essa máquina carne e osso, começa a apresentar grandes falhas…

Que toda a minha gratidão, reconhecimento e amor se transformem em bênçãos para ela!

Porque, na família, aprendemos – e vivenciamos – os primeiros laços que nos unem aos outros serem humanos: amor, parceria e cumplicidade, sentimentos básicos para sobrevivermos nessa rede conflituosa chamada vida em sociedade.

Te amo, Tia Lucy.