Como imaginara foi muito mais difícil falar do medo, do que falar da felicidade! Muito menos pessoas deixaram seus comentários. Será que todas são tão “corajosas” assim? Ousarei duvidar... Para muitos, assumir o medo é sinal de fraqueza. Longe disso.
Somos humanos. O medo é inerente à nossa humanidade. É aquilo que nos preserva. É o sentimento que nos impede de cometermos absurdos e colocarmos nossa vida em risco. O medo é um sinal de alerta. Inclusive pode desencadear sensações físicas, como aceleração dos batimentos cardíacos, suor exagerado, tremores... Sentir medo é normal. Medo exagerado é que passa a ser doença, mas não é desse descontrole que iremos tratar. Voltemos ao nosso tema inicial.
Quais os estímulos ou situações que nos deixam em alerta?
O que, enfim, nos causa medo?
A morte é, mesmo, a principal vilã! Quase todos nós a tememos, seja por nós mesmos, seja por quem amamos. A nossa própria morte é algo desconhecido. Não temos nenhuma informação sobre ela. Sofreremos? Será rápida? O que haverá depois? Ou não haverá nada além? Sofreremos com a falta dos nossos familiares e amigos? Quem cuidará de quem deixarmos aqui? Sentiremos falta do que nos faz feliz? São muitos questionamentos absolutamente sem respostas. Podemos, com a Fé, construir algumas alternativas que apaziguem nossos corações. Mas o desconhecido inevitável não se rende às nossas conjecturas...
Muitos de nós já lidamos com uma grande perda: pai, mãe, avós, filhos, tios, amigos... Pela dor que experimentamos, sabemos o quão difícil é essa separação. Sentimos medo por isso: não queremos mais perder ninguém! Com certeza, isso nos causa muito, muito, muito medo!
Ficar sozinho(a) é algo que nos amedronta. Sentimento de solidão e abandono! A procura por um(a) parceiro(a) torna-se imprescindível. E, novamente, surge o medo: e se não der certo? O jogo da sedução não garante a felicidade. O fantasma da solidão estará sempre presente. Não há o que fazer, a não ser recomeçar, recomeçar, recomeçar quantas vezes forem necessárias!
Tragédias causam medo: enchentes, acidentes, desmoronamento de terras. Temor relacionado ao medo da morte e ao medo do incontrolável. Perder a capacidade física, mental, social. Perdas de modo geral: o que nos conforta, o que nos caracteriza, o que nos acompanha. Nada disso queremos perder.
A violência também nos amedronta. Está presente no dia-a-dia. Não só acompanhamos pelos jornais, mas acontece conosco e com quem amamos. Assassinatos, estupros, tráfico de drogas, latrocínio, sequestros, balas perdidas... Tudo isso realmente nos abala. Sentimos medo! Medo da fúria desmedida, da insensatez, da falta de amor ao próximo. Acabamos nos fechando em nossas casas. E não tem como ser diferente... Acabamos nos sentindo sozinhos! E, assim, sentimos mais medo ainda...
Somos humanos. Frágeis no corpo, mas com braço forte poderemos fazer valer nossos desejos e vencermos nossos medos! Enfrentamento é a resposta. Encarar nossos medos de frente. Separá-los: o que podemos controlar e o que não está na nossa alçada. Evitar exposição desnecessária, mas não deixar de fazer o que gostamos, por qualquer temor que seja!
Vamos, sim, morrer um dia... Não tem jeito. Enquanto isso, aproveitemos bem a vida, minuto a minuto. Façamos acontecer. Saiamos de casa para diversão. Façamos novos amigos, sem esquecer de manter os velhos. Dancemos. Conheçamos pessoas e para elas vamos dar nosso melhor sorriso. Falemos mais “eu te amo”. Beijemos. Abracemos. Olhemos mais nos olhos…
Tem uma ditado engraçado que diz: “Viva cada dia, como se fosse o último. Um dia você acerta!” Então...
Faça piada com o que lhe dá medo. Quem sabe dessa forma, se não conseguir vencê-lo, você poderá transformá-lo em uma boa companhia!
(Agradecimentos especiais a quem ajudou a escrever este texto: Gustavo, Bruno, Karla, Luanna, Ana Patrícia, Vander, Fabiana, Ana Cristina, Adriana, Vera Lúcia, Simone e Regina Natal.)