Como estamos nos preparando para a virada do ano, vamos aprender um pouco mais sobre essa festa, que costuma encher os nossos corações de esperanças e alegrias: o Réveillon!
Origem do Ano Novo
“O Ano Novo passou a ser comemorado no dia 1° de janeiro no ano 153 a.C. Antes disso, festejava-se o recomeço do ciclo anual no período que equivale ao atual 23 de março (a comemoração durava 11 dias). Havia uma lógica para a escolha dessa data, feita pelos babilônios 2 mil anos antes da era cristã: o final de março coincide com o início da primavera no hemisfério norte, época em que novas safras são plantadas. Daí a ideia de recomeço. Foram os romanos que determinaram, aleatoriamente, que o Ano Novo seria comemorado no dia 1° de janeiro.
O nosso calendário é originário dos romanos com a contagem dos dias, meses e anos. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera.
As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril. O Papa Gregório XIII instituiu o 1º de janeiro como o primeiro dia do ano, mas alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que as pessoas passaram a pregar partidas e ridicularizar os conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo.
O Ano Novo em outros países
Áustria: Os austríacos jogam chumbo derretido num copo d'água à meia-noite do dia 31. As imagens que surgem quando o chumbo esfria viram um amuleto para o Ano Novo que irão ajudar na realização dos pedidos feitos na passagem do ano.
Alemanha: As pessoas reúnem-se no Portal de Brandemburgo, no centro de Berlim, perto de onde ficava o Muro de Berlim. Tradicionalmente, não há fogos de artifício. É de praxe ter panquecas no réveillon alemão.
França: País de origem do nome da data (Réveillon), na França, o principal ponto é a Avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Os franceses assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sucos e refrigerantes). No réveillon francês é comum preparar ostras e diversos outros frutos do mar para a ceia de Ano Novo.
Portugal : Uma das manias dos portugueses é sair às janelas de casas batendo panelas para festejar a chegada do novo ano. Só não convém chamá-los de "paneleiros", que é o mesmo que "bicha" para nós.
Escócia: As atividades para comemorar o Hogmanay (nova manhã), o Réveillon escocês, começam às 8 horas do dia 31 de dezembro e só terminam às 6 horas do dia 1º de janeiro. Na capital, Edinburgo, há desfiles de gaiteiros com suas saias típicas e acompanhados por dançarinos típicos na rua principal, a Princess Street. À meia-noite, os canhões do Castelo de Edinburgo são disparados, há uma grande queima de fogos e um gaiteiro começa a solar de cima do castelo. A festa é regada a muito uísque e pratos à base de intestinos e testículos de carneiro, e o grande desfile acaba em festas espalhadas por todos os pubs da cidade. Um dos costumes mais tradicionais da festa de Ano Novo é a de homens e mulheres que nunca se viram beijarem-se na boca.
Na Escócia, existe uma superstição bem engraçada sobre a primeira visita que se recebe no ano. Se for um homem moreno, ótimo. É um bom presságio. Se for um sujeito ruivo, a visita é considerada um mau agouro. Mas eles acreditam que azar mesmo terá aquele que abrir as portas para uma mulher.
Espanha: Os espanhóis comemoram o ano novo durante dez dias. O peru é o prato principal servido na Espanha e, além dele, também é feito um delicioso prato com bezugo (um tipo de peixe) assado com batatas. O povo espanhol é muito festeiro, e as comemorações já começam no dia 28 de dezembro, dia dos Santos Inocentes, e vai até o dia 6 de janeiro, quando se comemora a chegada dos três reis Magos.
Na capital Madri, é costume ir a Puerta del Sol, onde há um grande relógio, e cada um leva seu próprio pacote com 12 uvas. A cada badalada do sino do relógio, comem uma uva e fazem um pedido. Quem não vai até lá, acompanha a transmissão da televisão. Depois há uma grande confraternização, as pessoas brindam com cava, a champanhe espanhola, e bebem muito vinho e anis, sem gelo.
Dinamarca: Depois de uma ceia a base de peixes e batatas, os dinamarqueses aguardam ansiosamente pela meia-noite. Quando o relógio está prestes a soar as doze badaladas, todos na família sobem em cadeiras. Assim que dá meia-noite, pulam da cadeira para o novo ano e brindam com champanhe.
Itália: O ano novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com Fogos de artifícios, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais. O pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.
Consta que em certas regiões da Itália é costume jogar fora mobília velha no Ano Novo. O problema é que não fazem isso deixando do lado do poste pro lixeiro levar no dia seguinte - eles jogam pela janela mesmo. Se alguém estiver na Itália, é mais seguro andar no meio da rua. Os carros pelo menos desviam. Armários não têm essa capacidade.
China: O Ano Novo é celebrado durante seis semanas entre janeiro e fevereiro. Nesse período, os chineses fazem uma faxina em suas casas para espantar os maus espíritos e atrair boa sorte. Na noite da véspera do Ano Novo, as luzes ficam acesas para representar calor humano, amizade e reconciliação. À meia-noite, há queima de fogos para espantar os espíritos indesejáveis. A cor preta é usada para dar sorte.
Japão: Lá tudo é bem diferente. Como não são cristãos, comemoram muito mais a passagem do ano do que o Natal. No dia 31 de dezembro as famílias vão aos templos de sua religião, xintoístas ou budistas. As ruas ficam lotadas e há queima de fogos. Antes de irem aos templos, as famílias jantam macarrão. Para eles, esse alimento trará fortuna para toda a família. No dia seguinte, é costume saborear algum tipo de cozido feito especialmente para a data, geralmente à base de pargo (um tipo de peixe), ovas de peixe, camarão ou um tipo de feijão. Antigamente, a festa durava três dias e o comércio não abria, mas hoje a tradição já está mudando. No Japão, é comum fazer uma cerimônia de limpeza na casa e pendurar uma corda de arroz na entrada, para afastar os maus espíritos
Vietnã: Os vietnamitas comemoram o Ano Novo, que eles chamam de Tet, no dia 10 de fevereiro. Nessa data, todos acordam cedo e vão à igreja. As mulheres vestem vermelho e amarelo (porque são as cores da bandeira do país) e os homens usam roupas pretas. Na igreja, comem um bolo especial, feito com arroz, feijão e carne de porco. Depois de meia hora, são distribuídos os "envelopes vermelhos" para as crianças, cada um com 10 ou 20 dólares dentro.
Estados Unidos: A mais famosa passagem de Ano Novo nos EUA é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exatamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.
No sul dos EUA, as ervilhas são prato obrigatório na ceia de ano novo, pois é crença que esse alimento traz sorte, a qual se multiplica ao se acompanhar as ervilhas com repolho.
Há um lugar nos Estados Unidos em que se comemora o Ano Novo todas as noites. É o "Pleasure Island", um dos parques noturnos do complexo Disney World, em Orlando. À meia noite, todos os visitantes vão para a rua central, fazem a contagem regressiva e comemoram a passagem do ano.
Brasil: A passagem do ano no Brasil tem características de todos os povos que colonizaram o país. A festa é regada a fogos de artifício. O Rio de Janeiro é o local mais procurado por turistas e é famoso pela animação dos cariocas. Mais precisamente na praia de Copacabana, a passagem do Ano Novo reúne milhares de pessoas para verem os fogos de artifício. As tradições consistem em usar branco e jogar flores para “Iemanjá”, Rainha do Mar, para os brasileiros.
Curiosidades sobre o Ano Novo
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O Haiti e o Sudão comemoram seu Dia da Independência no dia 1º de Janeiro.
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Um dos primeiros territórios habitados a receber o sol do Ano Novo é a Ilha Pitt, na costa Oriental da Nova Zelândia.
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O último lugar do mundo a festejar o início do Ano Novo é a Ilha de Samoa, no Pacífico.
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O Ano Novo é a festa mais barulhenta do mundo. De acordo com antigas tradições orientais, os maus espíritos se afugentam com ruídos altos.
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A Autoridade para a Promoção da Virtude e Prevenção ao Vício (APVPV) proibiu a comemoração do Ano Novo na província de Aseer (Arábia Saudita). A lei local determina que todas as pessoas vistas festejando a data sejam durante reprimidas.
Por fim, vale o que escreveu o poeta Mário Quintana sobre o Ano Novo:
“O Ano Novo ainda não tem pecado: É tão criança... Vamos embalá-lo... Vamos todos cantar juntos ao seu berço, de mãos dadas, a canção da eterna esperança.”
(Alexandra Gurgel)