domingo, 26 de maio de 2019

O que há dentro da sua xícara?

(Imagem: Reprodução)

Você está segurando uma xícara de café quando alguém chega e balança seu braço, fazendo com que derrame o café por todo lado.

- Por que você derramou o café?

- Bem, porque alguém encostou em mim, é claro!

Resposta errada. Você derramou o café porque o café estava na xícara. Se dentro houvesse chá, você teria derramado chá. O que quer que esteja dentro da xícara é o que será derramado.

Portanto, quando a vida chega e balança você (algo que com certeza irá acontecer), seja o que for que esteja dentro de você irá sair.

É fácil fingir até que você seja chacoalhado. Então temos de perguntar a nós mesmos… O que há dentro da minha xícara?

Quando a vida fica difícil, o que derrama? Alegria, gratidão, paz e humildade? Ou fúria, amargura, palavras e ações duras?

Você escolhe!

(Texto baseado na Sabedoria dos Rabinos)

sábado, 25 de maio de 2019

Pela rua escura

(Imagem: Reprodução)

O coração bate forte. Dói o peito. Lágrimas que não rolam. O soluço entala e não sai. Engole o choro. Apenas medo. Pavor do que virá…

A rua escura e deserta. Solidão inquieta e aflita. Passos descompassados de pés descalços, que não deixam marcas. Acelerados!

Suor que escorre pelo rosto. Braços rígidos. Pernas que doem. E o olhar vigilante espreita a madrugada fria…

Apenas um som distante de uma rádio local. Luz na penumbra de uma casa ao longe. E os passos que seguem ainda mais acelerados. A rua que não tem fim…

Se chegou, não sei. O que encontrou, não sei.

As últimas páginas do meu livro foram arrancadas. Que pena!

domingo, 12 de maio de 2019

Relato de mãe



Existe algo de inexplicável na maternidade. Explicá-la transcende a nossa limitação humana. Usamos da emoção para chegar bem perto, mas há alguma coisa de mágico, de sobrenatural, de extraordinário que nos cerceia.

A relação que nos une aos nossos filhos – digo porque sou mãe – é indecifrável. Simplesmente damos a vida por eles. Não existe amor maior!

Não sei se a razão está na biologia, na anatomia, na antropologia, na religião, na história ou, simplesmente, no coração de cada uma, mas falar de amor sem medidas é falar do amor materno.

Experimentei esse sentimento por duas vezes, em diferentes idades e circunstâncias da minha vida. Porém, com a mesma intensidade e fervor!

Sou mãe de dois filhos homens: partes independentes de mim. Por vinte e quatro horas do dia, estou de plantão para cuidar de febres, tosses, hipoglicemias, possíveis acidentes, aborrecimentos em geral. Assim como para compartilhar vitórias, sorrisos, boas notícias, alegrias de toda espécie.

Mãe sempre participa! Dá pitaco. Faz comidinha para agradar e diz que precisa melhorar a alimentação. Aconselha… Fala para ter cuidado no trânsito, no trabalho, na faculdade. Para cuidar do amor! Mãe não precisa ter ciúmes das namoradas, noras em geral. Todas se tornam filhas, igualmente amadas.

Ser mãe deu sentido à minha vida. Fez com que meu dinheiro não desse até o final do mês, mas transformou despesa em investimento.

Mãe e dois filhos formam uma família. Unida. Forte. Parceira. Fecunda. Construí a minha assim. Meu desejo para o Dia das Mães, é que meus filhos se tornem grandes pais e sejam tal como mães para seus filhos: guerreiros determinados que não medem esforços para proteger suas crias.

Assim como eu. E ela.

Parabéns para a minha mãe Moema e todas as mães, sejam elas da barriga ou do coração!

Hoje é o dia de quem cuida da gente.

sábado, 11 de maio de 2019

Gratidão

(Imagem: Espaço de Susana)

Gratidão à vida que me inspira, me renova e me dá chances de evoluir diariamente.

Gratidão ao lugar onde estou aqui e agora, pois esse lugar precisa de mim e eu dele.

Gratidão a todos os órgãos do meu corpo que funcionam em plena harmonia e perfeição.

Gratidão a casa onde moro, que me serve de refúgio e descanso.

Gratidão às oportunidades de trabalho, conquistas, sucesso e evolução que se abrem diante de mim diariamente.

Gratidão a cada dívida paga, porque dessa forma honro meu nome, honro meus compromissos e meu dinheiro se multiplica.

Gratidão a tudo aquilo que eu compro, adquiro pois é fruto do meu trabalho.

Gratidão a todas as pessoas que cruzam meu caminho.

Gratidão às pessoas que me fizeram mal, porque assim desenvolvi força e coragem para seguir sempre adiante.

Gratidão às pessoas que me fizeram bem, porque assim me senti muito amado e abençoado.

Gratidão a todas as oportunidades de sucesso financeiro e pessoal que recebo, identifico e aceito.

Gratidão a mim mesmo que encontro a gratidão em todas as pessoas, coisas e fatos.

Gratidão ao Universo inteiro, que conspira a favor de cada pensamento meu, por isso escolho com cuidado tudo aquilo que penso, falo ou desejo.

Gratidão ao Deus maravilhoso que existe dentro de mim, sou parte de sua divindade e por isso espalho luz, amor e paz onde quer que eu esteja.

Gratidão, Gratidão, Gratidão.

(Oração Quântica)

terça-feira, 7 de maio de 2019

Mudar faz bem!

                                                                                                                (Imagem: Julio Sonoda)

Engana-se quem acha que as pessoas não mudam. Mudam sim! Talvez não em tudo: na essência, no temperamento, em traços de personalidade. Mas isso representa muito pouco dentro de um universo de possibilidades, especialmente de crescimento pessoal e amadurecimento. Graças a Deus!

Quando somos mais jovens e menos experientes, tendemos a ser menos compreensivos com os defeitos alheios. Menos pacientes. Com o tempo, aprendemos que ninguém é tão perfeito como gostaríamos que fosse. Muito menos nós e nossos padrões limitados de expectativas. Sempre há muito para aprender e para aperfeiçoar-se como ser humano.

As pessoas são imperfeitas. Nada santas. Ora capazes de atos heroicos, ora capazes de outros hediondos. Em cada um coexistem defeitos e virtudes em pleno andamento, ora nos influenciando para um lado, ora para outro. E, assim, vamos vivendo, tomando (merecidas) cacetadas, outras vezes ouvindo (merecidos) elogios.

Quem trabalha diretamente com pessoas, como eu, desenvolve necessariamente um certo jogo de cintura no trato com cada uma delas. Como um olhar clínico que nos dá logo um feedback de como atendê-las, do melhor jeito possível, para tratar qualquer assunto. Muitas vezes, consigo determinar o perfil de quem atendo, num simples trocar inicial de palavras ou apenas pelo seu gestual e olhar. A gente desenvolve isso na prática! Quase nunca me engano.

Precisamos partir do princípio que as pessoas têm as suas razões e precisam ser ouvidas, acolhidas, auxiliadas. Se elas perceberem esses sentimentos de forma verdadeira, de sua parte, oitenta por cento do atendimento já deu certo. A palavra chave é: empatia.

Desta forma, todos que passam por qualquer experiência diária, seja ela grande ou pequena, inusitada ou banal, seja em qualquer situação da sua vida,  aprenderão alguma coisa com ela e crescerão um pouquinho. Acabei de dar um exemplo de como aprimorei, no trabalho diário, meu jeito de atender os clientes levando-me ao aperfeiçoamento profissional. Mesmo sem querer…

Felizmente viver nos retoca. Nos tornamos mais sábios e perspicazes. E, sem nos dar conta, mudamos. Mas não se iluda, cada um tem seu próprio ritmo de aprendizagem. Uns teimam em colocar amarras e não se deixar levar! Fazem força para continuar onde estão. Tenhamos paciência com esses.

Mudar faz bem. Só não muda quem já morreu. E, muitas vezes, em vida.

                                                                                         (Imagem: Pensador)

sábado, 4 de maio de 2019

Café: que bom que é!

Bem-aventurado aquele que descobriu esse processo e o fez dar tão certo!

Mas bom mesmo é deixar o café mais quente que os problemas…

Um ótimo final de semana.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entre ser pedagoga e aluna

Há quase dois anos atrás escrevi um texto sobre as plataformas moodle, recurso imprescindível para quem estuda à distância. Trata-se do ambiente virtual onde o curso acontece. O aluno navega por ele, no seu próprio ritmo, seguindo o currículo que lhe é proposto pela instituição, no calendário disponibilizado.

Geralmente as aulas são preparadas por professores e inseridas por eles na plataforma, mas os alunos são acompanhados por tutores, uma espécie de segundo professor mais próximo do cursista.

O que mudou na minha opinião de lá para cá?

Nesse período, experimentei de forma intensa um curso EAD (Educação à Distância), tendo concluído a Especialização em Mídias na Educação, pela Universidade Federal de Ouro Preto, interagindo dia após dia, com a plataforma moodle da universidade. Tive que dominá-la! Questão de sobrevivência.

O primeiro e principal ponto é que não desisti. Comecei, segui e concluí a tão sonhada pós-graduação! Mesmo sendo uma dificuldade, e tendo trazido alguns percalços iniciais, fui me familiarizando com a plataforma moodle e, a cada aula, a cada tarefa, a cada disciplina, tudo foi parecendo mais simples e de fácil entendimento.

Só não consegui entender, até agora, é o porquê da existência da tutoria. Mais coerente (e recomendável) seriam os professores das disciplinas acompanharem seus alunos à distância, como o fazem os professores presenciais, sem intermediários. Correção de tarefas, de avaliações, a interação direta, esclarecimento de dúvidas não deveriam ser terceirizados (pelos tutores). Para mim, professores são fundamentais em qualquer modelo de ensino. Ninguém os substitui no processo.

Se o modelo EAD pressupõe extensão de carga horária ou alguma outra forma contratual diferenciada para esses profissionais, como pedagoga (e ex-cursista) recomendaria uma revisão no formato. Durante meu curso, nas disciplinas cujos professores foram mais próximos, por opção pessoal (e profissional), aprendi melhor! Fui mais feliz.

Ao contrário, nas disciplinas cujos professores fizeram questão de se manterem à distância e estabeleceram normas rígidas de relacionamento, sem querer se quer conhecer os seus alunos, enquanto pessoas reais, com suas especificidades e necessidades, tenho pouco a dizer. Mágoas talvez.

A verdade é que, depois de experimentar dois cursos superiores presenciais e uma especialização à distância, considero:

1. Que ambos as formas de apresentação dos cursos podem ser igualmente de boa qualidade, fornecendo uma boa formação ao aluno. Ou não. O fato único de serem presencial ou à distância não influencia diretamente na sua aprendizagem.

2. Que o papel do professor continua sendo de grande importância e insubstituível. Sendo facilitador, mediador, fomentador, esclarecedor, não importa. Mas ele precisa estar, caminhar junto, acompanhar o passo. De corpo presente ou através dos recursos tecnológicos (e-mail, mensagem, Whatsapp…).

3. Que a plataforma moodlle não é um bicho de sete cabeças. É possível navegar nela e desenvolver qualquer curso. Entretanto é preciso muita paciência e orientação ao aluno.

4. Que o aluno da EAD é um aluno diferenciado. Portanto é preciso valorizá-lo e romper com qualquer forma de preconceito. Todo aluno pode aprender! Basta que lhe ensine. A distância geográfica deve ser compensada com a presença afetiva e incentivadora.

5. Que a Educação à Distância veio para ficar. Junto com os avanços tecnológicos, é uma opção justa e necessária para democratizar o saber. Entretanto, pode e deve ser aprimorada para atender melhor ao seu público.

Uma conclusão

Durante esses quase dois anos, estive duas vezes em Ouro Preto. A pós-graduação também prestou-me este favor: conhecer essa magnífica cidade histórica e todo o conhecimento que ela acrescentou-me ! Porque a gente não só aprende nas linhas (e cliques do mouse), mas nas entrelinhas, espaços e pausas…

A gente aprende quando uma professora nos estende a mão, na hora em que pensamos em desistir… Quando uma tutora atende, prestativa, a nossa ligação, mesmo sendo num domingo à noite e nos apazigua o coração… Quando formamos um grupo de amigos, unidos, para discutirmos as melhores formas de voltarmos a sermos estudantes… Quando, finalmente, concluímos o curso e realizamos um sonho!

Comigo foi assim. Aprendi. Especializei-me. Cresci.

Realmente, nunca é tarde para voltar a estudar.

Quem sabe não chegou a sua hora?


(Dedicado à Professora Doutora Adelma Lúcia de Oliveira Silva Araújo, daquelas que fazem a diferença!)

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Irritantes!


Quanta coisa irritante há no mundo!

Obra no apartamento de cima. Mensagem no celular fora de hora. Bolo na hora do encontro.

Amor não correspondido. Encontro com a barata na cozinha de madrugada. Sede. Fome. Sono.

Falta de grana. Excesso de peso. Gente que fala sem medida. Silêncio desconcertante.

Pedintes. Vendedores de loja. Dinheiro que acaba antes do final do mês. Dor de cabeça. Dor de barriga longe de casa.

Trânsito na hora do rush. Pé na bunda. Corte no dedo. Perder dinheiro. Perder chave. Não se encontrar!

Buzina. Sons estridentes. Música alta do vizinho. O bar defronte de casa. Filho que demora a chegar.

Arroz que queima num piscar de olhos. Toque insistente do telefone. Gente grossa. Intrometida. Pobre de espírito. Dona da verdade.

Topada. Tomada de três pinos. Azia. Privada entupida. Internet lenta. Empresa que não respeita o consumidor. Desamor.

Injustiça. Perfume forte. Música chata. Gente chata, que se acha. Chatice em geral.

Para terminar, eu citaria o horário de verão. Felizmente estamos livres dele! Apenas cito-o como lembrança desagradável, quase abominável para quem acorda muito cedo.

E para contornar toda a irritação, só mesmo uma boa xícara de café. Revigorante! Ah! Mas não pode ser frio. Ou fraco. Porque assim é profundamente irritante. Aff!

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Mais sobre a Beth e eu

Que ninguém tenha dúvida: Beth Carvalho era esquerdista! Recebeu dentro de casa esta formação política e a abraçou. Conheceu de perto os horrores da ditadura. Seu pai fora cassado! Desde nova aprendeu a dicotomia existente na relação com o poder. E se posicionou.

Beth era artista. Era da música. Compositora e cantora, dessa forma, não lhe caberia outro formato, a não ser como representante da expressão popular. Foi no samba que ela se revelou gigante.

Beth entrou na minha vida de adolescente pela porta da frente. Junto com o melhor da música popular brasileira. Como carioca, não fiz nenhum esforço para me apaixonar por suas canções. Elas falaram para mim.

Andança, como já disse, foi a favorita. O seu primeiro grande sucesso. Até hoje ainda me diz… Mas o que dizer de “As rosas não falam”, de Cartola, na sua voz? Intensa!

Simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti…

Mas antes que a tristeza chegasse e fizesse morada, a mesma Beth animava o astral com seu samba pra cima e nos convidava a festejar. A vida virava festa!!!

E numa letra singela dizia que éramos a queridinha, bonitinha, do pai. Logo para mim, que perdi o meu tão cedo… Tão importante! Essa Beth! Boa, Beth! Lembrar desse amor gostoso numa canção…

E o que falar dos bailes carnavalescos animados com suas músicas? Foram tantas… E eu fui à tantos! Beth era a cara do Carnaval, do Rio de Janeiro, do samba, do povo, do Brasil.

Beth era a minha cara!

"E jamais termina o meu caminhar..."