terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A soma de cada um

Cada um é do jeito que é. Tem aquele ditado antigo que diz: “quem vê cara não vê coração”. O embrulho esconde o que vai dentro do pacote e não expressa o seu valor…

Cada um se enfeita de acordo com o seu gosto, e julgamos, nós, de bom ou mau gosto.

E cada um age de acordo com seus valores e suas escolhas, traçando seu destino, à medida do possível, esbarrando-se aqui e ali, uns nos outros.

É nessa rede, no conjunto dos “ser de cada um“ e das ações de todos que se dão as relações humanas. Puro conflito! Não há como fugir.

Ninguém nasce homofóbico, racista, preconceituoso, delinquente, misógino, etc. Torna-se. Aprende-se a ser. Alguns, felizmente, desaprendem. Outros nunca frequentaram essa escola

Valores são adquiridos na convivência. Mas podem ser avaliados, reavaliados e, possivelmente, vencidos pela educação. A gente é o que nos foi proposto, mas também o que escolheu ser. Temos livre arbítrio. Inegável.

A família é a nossa primeira grande escola, nosso ponto de partida.

Se pensarmos nas nossas experiências de infância, talvez colecionemos algumas bem bizarras, tristes, quem sabe. Mas, com certeza, foram grandes aprendizagens que nos marcaram para a vida toda. Algumas precisam ser superadas… Outras enfatizadas para, jamais, serem esquecidas!

Nesse contexto, quero lembrar de uma tia querida, que marcou positivamente a minha vida. Esta tia era bem próxima, especialmente, na infância e juventude. Chama-se Lucy. Era casada com o irmão do meu pai.

Tia Lucy era aquela tia que conversava comigo, quando nos visitava, pois tinha tempo pra mim. No seu olhar, refletia doçura e bondade. Sempre tinha um caso para contar, seja qual fosse o assunto. Era engraçada.

Como tinha uma vida economicamente mais favorecida que a nossa, sempre que podia, me estendia a mão. Foi parceira nos momentos que mais precisei.

Hoje ela não está bem e precisa das nossas orações. O tempo passa e o nosso corpo, essa máquina carne e osso, começa a apresentar grandes falhas…

Que toda a minha gratidão, reconhecimento e amor se transformem em bênçãos para ela!

Porque, na família, aprendemos – e vivenciamos – os primeiros laços que nos unem aos outros serem humanos: amor, parceria e cumplicidade, sentimentos básicos para sobrevivermos nessa rede conflituosa chamada vida em sociedade.

Te amo, Tia Lucy.