sexta-feira, 6 de março de 2015

Exposição coreana em terras capixabas

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(Por Anderson Falcão Azevedo*)

“Uma noite diferente pairou sobre a capital do Espírito Santo. Sugestivo aos norte-coreanos, que lutam tenazmente contra a agressividade e voracidade infinita do imperialismo, Vitória foi palco de uma exposição pouco comum sobre a vida daquele povo e seu regime socialista.

Paek Tong Un, Conselheiro da Embaixada da República Popular Democrática da Coreia, conhecida popularmente como Coreia do Norte, fez questão de vir ao Espírito Santo para acompanhar relatos da viagem de um capixaba a Coreia, em julho de 2014.

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Anderson Falcão Azevedo, secretário estadual de organização do PCdoB, que era subsecretário de estado na época, integrou uma comitiva brasileira, liderada pelo, então, deputado estadual gaúcho, Raul Carrion. Além de reuniões, mais de quarenta visitas por toda Coreia, de leste a oeste, de norte a sul, da fronteira com a China à Coreia do Sul.

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A estada do Conselheiro, em nosso estado, começou um dia antes. Deu entrevistas, reuniu com partidos e organizações sociais, visitou agentes públicos e cumpriu agenda oficial. Tiveram a oportunidade de conhecer pontos turísticos importantes da cidade de Vitória e Vila Velha e experimentaram de nossa culinária, além de conheceram um pouco de nossa história e cultura.

A exposição foi apoiada por várias entidades, destacando-se o Sindicato dos Professores – SINPRO-ES, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e luta pela Paz – CEBRAPAZ e Casa da América Latina. Realizada no auditório do SINPRO-ES, em Vitória, quase cem pessoas estiveram presentes. Dirigentes partidários, estudantes universitários e secundaristas, sindicalistas, professores, médicos, o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros, o Mestre de Congo Vitalino, da Barra do Jucu, sindicalistas, vereadores e militantes dos movimentos sociais organizados compareceram para assistir a exposição.

Muitas fotos impressas pela comitiva brasileira que visitou a Coreia, em tamanho A4, estavam espalhadas pelo auditório. Muitos belos quadros oriundos da Coreia, livros e objetos de ornamentação ficaram expostos ao público. E no final as peças foram bem disputadas pelos presentes. Muitas foram vendidas a preço simbólico e outras foram gentilmente doadas ou presenteadas pelos coreanos, que esbanjaram simpatia.

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A exposição também contou com o relato da viagem da comitiva brasileira, com riqueza de detalhes e muitas fotos apresentadas em slides, e a palestra do conselheiro Paek (Pek).

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Como há uma forte mídia negativa contra os coreanos do norte, o conselheiro abordou e realçou assuntos importantes que geram dúvidas. O embargo econômico que sufoca a Coreia, o receio de uma invasão externa, a defesa da integridade territorial, profundamente ameaçada pelos EUA, o desejo da reunificação, respeito aos direitos humanos, liberdade religiosa, direitos sociais, os serviços prestados à população na saúde, educação, transporte, moradia, etc, além da unidade nacional consciente foram temas bem abordados, desmistificando mentiras e distorções veiculadas periodicamente na mídia internacional.

O que se tem de verdade é que a Coreia está localizada numa área de grandes interesses das potências mundiais. Fica próxima ao Japão, faz fronteira com a Coreia do Sul, com a China e Rússia; uma região de profundo interesse dos EUA.

A Coreia sofreu muito com a guerra. Foram colônia Japonesa e sofreram invasão pelos EUA, após a 2ª guerra, sob o argumento da ameaça do comunismo. Eles temem muito a guerra e desejam ardorosamente a Paz. Mas temem uma nova invasão, e, então, se preparam para tal possibilidade.

Ao contrário do seu grande algoz, os EUA, que possuem mais de novecentas bases militares em mais de cento e quarenta países no planeta, a Coreia nunca ameaçou ou invadiu outro país. Querem é construir seus caminhos em paz e sem interferências externas.

E o representante da comitiva brasileira pode testemunhar o que viu em sua viagem, afirmando que a Coreia do Norte que existe de fato é bem diferente do que se vê pela mídia.

O evento de forte característica anti-imperialista foi descontraído, festivo e bastante emocionante. O músico Job Menezes abriu o evento cantando divinamente “A BANDEIRA DO MEU PARTIDO”, de Jorge Mautner e “MARIA MARIA”, de Milton Nascimento.

O Mestre de Congo da Barra do Jucu, Mestre Vitalino, referencia da cultura capixaba, presenteou o conselheiro com uma casaca e tocou “MADALENA MADALENA”, de Martinho da Vila.

Durante a exposição, o conselheiro recebeu várias manifestações de apoio e muitos pedidos para fotos. Num momento de forte emoção, recebeu das mãos do prefeito Neto Barros e do Presidente Estadual do PCdoB, Ronaldo Barboza, um arranjo com panela de barro e produtos tipicamente capixaba (café, chocolate, rapadura, cachaça, etc...).”

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(*Secretário Estadual de Organização do PCdoB / Integrante da Comitiva Brasileira que visitou a RPDC em julho/2014)

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