Eu não vou para a terapia. Recuso-me. Não faz meu estilo.
São anos e anos de danos de todos os tipos… Não vai ser agora depois de grandinha! Eu sei que esta está sendo, talvez, a pior de todas as barras (até agora!)… E nem quero pensar em nada pior… Mas eu hei de aguentar.
Sou forte.
Sem querer tender para qualquer explicação religiosa, apenas usando a minha fértil imaginação, fantasio a cena: eu – antes de nascer – combinando meu futuro com um dos ajudantes de Deus, encarregado da tarefa, discutindo com ele, o que haveria de ser! Fomos fundo!
Então, vim ao mundo para que se cumprisse exatamente como estava determinado… Qual o propósito? Não faço ideia, mas somente essa explicação dá conta de certas coisas que me acontecem. São ciclos, são cíclicos, são como engrenagens… Tudo bem arranjadinho!!!
Terapia? Para mim, perda de tempo. Como um trator, continuo. Ceifo os obstáculos à medida em que aparecem. Os que não consigo remover, contorno-os. Salto por cima. Dou topadas. Sangro. Choro. Mas sigo adiante.
Existe gente que nasce com o bumbum virado para a lua… E como seria o contrário? Gente que tem que ralar muito para conseguir o que quer conquistar. Gente que nada vem de graça nas mãos. Gente que trabalha dia a dia e nem a aposentadoria faz parar. Gente que sua, que labuta, que não mede esforços. Gente assim, como eu.
E já que a vida continua e como eu não vou fazer nenhuma terapia, continuo por aqui, dividindo tudo com vocês.
Quem sabe escrever já faça alguma diferença?
Aposto nisso.
“Eu sou mais forte do que eu”
(Clarice Lispector)
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