Porque, hoje, a leitura deste texto torna-se pertinente.
(Imagem: Reprodução)
(Por Altair Freitas*)
“A palavra Democracia é uma das expressões mais espezinhadas da história. Desde a sua criação em Atenas e, até o dia de hoje, com essa sessão de cartas marcadas no senado, todo mundo fala dela. Muitos dizem que a defendem e poucos, muito poucos, compreendem sua essência.
Entre os Atenienses - que a criaram - só era possível falar em democracia a partir de um intenso equilíbrio no uso da riqueza produzida na cidade. O predomínio de uma elite econômica concentradora de riqueza NUNCA foi base para a democracia, posto que não basta votar e poder falar o que se pensa.
Para os pais da democracia, a sua essência estava no equilíbrio econômico que criava as condições - aí sim - para a liberdade individual, a formação intelectual qualificada e a capacitação para o exercício da política. A democracia - do seculo V a.C - não foi possível antes desse profundo equilíbrio obtido a partir do século VI e nem depois, quando da derrocada ateniense e o retorno da desigualdade profunda entre os cidadãos, no século IV a.C.
Logo, confundir democracia com capitalismo é pura demagogia ideológica. Confundir democracia com o mero exercício do voto, no qual o seu direcionamento está diretamente vinculado à força da concentração do capital, da riqueza, nas mãos de poucos, serve profundamente a esses poucos e pouco serve, de fato, a quem realmente gera a riqueza social.
Por isso, sendo um democrata, luto pela democracia. E sendo um democrata, tenho ciência de que estamos longe dela, da essência democrática. De aparência já estamos abarrotados!”
*Professor e historiador, de São Paulo.
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