Eu tinha uma tia-avó chamada Irene. Ela não morava perto da minha casa, mas sempre que podia, ia visitá-la, com a minha avó Dora, sua irmã.
Por muitos anos, Tia Irene morou, com a família, num bom apartamento na Tijuca, bairro de classe média, do Rio de Janeiro. Rua Mariz e Barros. Depois mudou-se para Copacabana. Tinha dois filhos e uma filha.
Ela era esta mulher vestida de branco, com uma flor na lapela, sentada no sofá, com a menina no colo. Foto antiga. Eu nem era nascida.
Eu gostava de passar o dia na casa dela, participar dos lanches da tarde e das festinhas de aniversário da família. Mas tinha medo da cachorra, Peta, que era como a “rainha do pedaço”. Enorme! Nunca ficava presa e sempre latia pra mim…
Eu gostava da Tia Irene. De verdade. Ela tinha um jeitão meio estabanado. Gesticulava ao falar. Era mesmo bem italianona! Não tenho muito o que dizer sobre ela, pois não convivemos na idade adulta. Trago apenas memórias da infância!
Não sei por que, tenho lembrado dela nos últimos dias… Faz anos que partiu deste mundo! Vez ou outra, pego-me pensando nela.
Mas tem uma coisa que eu puxei desta minha tia. E justamente de uma das poucas coisas que eu lembro bem, que ela confessava sem pudor: que não gostava de cozinhar!
Já depois dos filhos criados e tendo cada qual tomado seu próprio rumo, minha tia não cozinhava mais em casa. Comia num restaurante próximo da sua casa (mesmo antes da era dos famosos “self services”). Tia Irene foi uma pioneira desse modernismo!
Sem dúvida, puxei a ela. Quando não tiver mais filho em casa, o fogão só servirá para fazer café, porque deste eu não abro mão. No mais… sem mais. De fazer comida, quero distância.
Para Tia Irene Pazito, o meu carinho e a minha saudade.
E logo mais, uma oração antes de dormir…
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