domingo, 20 de março de 2016

A imagem do espelho

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A imagem que vejo no espelho não me serve. É alguém a quem não fui apresentada. Foi surgindo como intrusa e, de salto, instalou-se em mim. A passagem do tempo é ingrata!

Sinto-me a mesma. Tal como adolescente, emociono-me com as mesmas músicas; penso, com carinho e desejo, no meu amor; sinto falta de quem já perdi…

Que coisa doida é essa que inventaram do corpo ter que envelhecer?!? Se couber algum protesto, apresento o meu! Quando a cabeça se rebela, fica difícil reconhecer-se naquele corpo que teima em não emagrecer e em sentir dores esquisitas ao fazer coisas banais!

Olho fotografias atuais, procurando-me e não me acho. Vejo alguém até parecida, mas não sou eu. Estou além. Estou em crise. Quero-me de volta.

Não fumo, não bebo, durmo cedo. Não como enlatados. Cuido da saúde. Mas ainda assim, o tempo é carrasco! E a luz no fim do túnel está por saber que a cabeça está boa, acompanhando o tempo, com uma boa quantidade de neurônios ainda ativos e eficientes. E o coração em perfeito estado: apaixonado, querendo sempre mais!

Enquanto ele bater no meu peito, sentirei amor, sentirei saudade, sentirei vontade, alegria e tristeza, arrepios de medo e de prazer. Acho que isso define estar viva… Que seja eterna, enquanto dure!

Acho que vou procurar um cirurgião plástico, em breve…

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