sexta-feira, 20 de junho de 2014

Solteirice

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Foi preciso acontecer muitas coisas na minha vida para que eu aprendesse a dar valor a minha solteirice! Finalmente, aprendi. Estufo o peito pra dizer que tenho uma vida muito boa, sem ninguém para controlar meus passos!

O preço que se paga - e é inevitável - uma certa solidão. Mas também se aprende a lidar com ela. Acaba se gostando, e muito, da própria companhia.

Não ter ninguém para dividir as contas poderia ser um ponto negativo, entretanto, se você pensar que não precisa dar nenhuma satisfação de seus gastos a ninguém, isso se torna muito satisfatório. Se você consegue aguentar o tranco, prefira assim. Quem melhor cuida da nossa fatura do cartão de crédito somos nós mesmos.

Mora-se onde o dinheiro dá para pagar. Come-se o que a conta do supermercado permitir. Simples assim. Em outras palavras, a solteirice permite colocar a mão aonde alcançamos, sem muitas surpresas.

Saímos quando queremos e para onde temos vontade. Quando temos vontade… Se temos vontade… Já experimentou algo parecido com liberdade? É por aí.

A sociedade vai lhe cobrar por tudo isso. Especialmente se você for mulher. Ela não perdoa. Por mais liberal que achamos que ela esteja, é ledo engano. Nossa sociedade ainda é muito tradicional, especialmente em relação aos papéis estabelecidos para as diferenças de gênero. Mulher para ser respeitada, precisa ter um homem do lado. Enfrente-a. Vale a pena.

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A vida de solteira lhe permite deixar o facebook aberto. E o Twitter. E os e-mails. E todas as demais redes sociais, sem susto algum. Nada a esconder! Ninguém vai querer sua senha como prova de amor (o que é ridículo!).

Seu celular não será vasculhado, porque não será necessário. Ele também será livre de culpas. Aliás, culpa, infidelidade, ciúmes, desconfiança serão palavras que cairão em desuso na sua vida, como caíram na minha. Um alívio!

Dormir com alguém pode. Flertar pode. Paquerar também. Sair com as amigas é recomendado. Trabalhar muito é necessário, porque vida de solteira independente requer, necessariamente, independência financeira. Casa com a nossa cara é fundamental. E aquela camona toda nossa - ah, não tem preço!

Louça na pia pode. Roupa para passar no dia que lhe convém. Nenhum telefonema para tirar seu sono. Nenhuma piada de mal gosto, ou gosto de cerveja, ou cheiro de cigarro. Nenhuma discussão acalorada sobre time de futebol…

Ô vida boa!

Para abrir mão desta vida que tanto amo, somente por um grande e inesperado Amor. Não sou radical. Pagaria pra ver.

4 comentários:

  1. Perfeitamente descrita...

    Regina Afonso

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  2. Amei o texto, mas confesso que gosto do gosto de cerveja, cheiro de cigarro e discussões acaloradas sobre time de futebol
    Bjs e adorei o blog.

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    1. Eu também gosto de tudo isso. Mas, quando escrevo, procuro o senso comum e não apenas os gostos pessoais, para que as pessoas se identifiquem! No seu caso, foi o contrário. hahahahaha... (Somos mais parecidas então!)

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