sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Post do DoceDeni é citado em matéria da Agência Brasil/EBC

cabo de vassoura

Com muita surpresa e alegria, descobri que um dos posts do nosso blog foi citado numa reportagem de Mariana Tokarnia, da Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicação, no último dia cinco de fevereiro. Inclusive com a responsabilidade de abrir a matéria e servir como um bom exemplo, dentro de um tema preocupante. Confira.

Reproduzirei o texto da repórter:

Menos da metade dos professores de escolas públicas leem no tempo livre

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um cabo de vassoura que era capaz de falar e sentir era o protagonista do primeiro livro lido pela então adolescente Denise Pazito. Hoje, professora e pedagoga no Espírito Santo, ela fala da experiência em seu blog. "O livro foi indicado pela escola. Provavelmente, eu estava no 4° ou 5° ano. Ele se chamava Memórias de um Cabo de Vassoura e o seu autor era Orígenes Lessa. Professora inspirada a minha. Acertou na mosca. Uma história encantadora. Me encantou pelo mundo das letras."

Mas assim como são capazes de encantar, os professores têm em suas mãos o poder de desencantar, não por intenção, às vezes por desconhecimento. Uma pesquisa feita pelo QEdu: Aprendizado em Foco, uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann., organização sem fins lucrativos voltada para educação, mostra que menos da metade dos professores das escolas públicas brasileiras tem o hábito de ler no tempo livre.

Baseado nas respostas dadas aos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado, o levantamento do QEdu mostra que dos 225.348 professores que responderam à questão, 101.933 (45%) leem sempre ou quase sempre, 46.748 (21%) o fazem eventualmente e 76.667 (34%), nunca ou quase nunca.

No caso de Denise, a leitura levou essa prática para as salas de aula, no entanto, muitos brasileiros terminam o ensino básico sem ler um livro inteiro. Para além da falta do hábito de leitura, a questão pode estar ligada a infraestrutura.

"O número de professores que não leem é chocante, mas isso pode estar ligado ao acesso. É preciso lembrar que faltam bibliotecas e que um livro é caro. Um professor de educação básica ganha em média 40% menos que um profissional de ensino superior. Acho que faltam políticas de incentivo. Não acredito que seja apenas desinteresse", diz a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Um levantamento divulgado em janeiro pelo movimento mostra que o Brasil precisa construir 128 mil bibliotecas escolares em sete anos para cumprir uma lei federal que vigora desde 2010. Segundo a pesquisa, faltam 128 mil bibliotecas no país. Para sanar esse déficit até 2020, deveriam ser erguidos 39 espaços por dia, em unidades de ensino públicas e particulares. Atualmente, a deficiência é maior nas escolas públicas (113.269), o que obrigaria a construção de 34 unidades por dia até 2020.

Para Priscila, uma possível solução seriam os livros digitais. O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) do Ministério da Educação distribui equipamentos tecnológicos nas escolas e oferece conteúdos e recursos multimídia.

Além disso, o governo facilita o acesso aos conteúdos por meio da distribuição de tablets, tanto para professores quanto para estudantes. No ano passado, o MEC transferiu R$ 117 milhões para 24 estados e o Distrito Federal para a compra de 382.317 tablets, destinados inicialmente a professores do ensino médio.

Sobre o acesso digital, os dados do levantamento do QEdu mostram que 68% dos professores (148.910) que responderam à pergunta usam computador em sala de aula. O estado com a maior porcentagem é Mato Grosso do Sul: 95% dos professores disseram que usam o equipamento. O Maranhão é o estado com a menor porcentagem (50,5%) de professores fazem o uso do computador. É lá também onde se constatou a maior porcentagem de escolas onde não há computadores: 38,3%. Estão no Sudeste, no entanto, as maiores porcentagens dos professores que acreditam não ser necessário o uso de computador nas salas: Minas Gerais (16%), Rio de Janeiro (15,4%) e São Paulo (15%).

O responsável pelo estudo, o coordenador de Projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins, diz que o país ainda tem problemas estruturais que dificultam o acesso a tecnologias. "Existem muitos desafios no país ligados a problemas de infraestrutura. Não apenas de acesso às máquinas, mas de acesso à internet, à qualidade dos sinais", disse.

Ao recepcionar o professor norte-americano, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância dos meios digitais: “O conteúdo ao qual o filho dos mais ricos tem acesso pode ser dado aos menos servidos de educação. Queremos tornar a educação não algo escasso, mas um direito humano que todas as pessoas possam ter”, disse.

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Confesso que ter sido lembrada por Mariana me fez sentir recompensada pelos tantos anos dedicados à Educação, uma vida inteira, sempre preocupada com a qualidade do ensino proporcionado.

Amo ler. Amo escrever. E, mais ainda, faço questão de divulgar este amor e este respeito pela Língua Portuguesa.

Estudei nos anos difíceis da ditadura. Fui alfabetizada através de cartilha silábica (tão criticada hoje em dia!). Estudei sempre em escolas públicas. Muitas delas. Todas de qualidade. Das melhores lembranças da infância, muitas se passaram nas escolas que frequentei.

Foi ali, nos bancos escolares, que nasceu o meu grande amor pelas letras, pelas palavras, pelos textos, mas principalmente pelas ideias! Eu aprendi a pensar! Posso dizer que minhas escolas, através de seus educadores, cumpriram o seu papel.

E é por isso que não abro mão de ser uma boa professora e uma zelosa pedagoga. Como, do mesmo modo, não abro mão de ser blogueira, pois é aqui, no nosso Doce cantinho, que também produzimos e reproduzimos cultura.

Obrigada pelas palavras de carinho que recebi dos amigos queridos. Sou apenas uma educadora e funcionária pública consciente do seu papel na sociedade, como tantos e tantas colegas.

Nada demais…

A reportagem também pode ser lida em:

Não deixem de lê-la.

Afinal, não estão dizendo por aí que, nós, professores, não temos lido o suficiente???

Mãos à massa.

literatura infantil

(Dedicado a Ivo Neuman, um grande incentivador e parceiro)

2 comentários:

  1. Olá Denise , minha primeira visita no seu blog , não vou posta coméntário sobre a matéria pois , já o fiz no facebook e , não quero ser repetitivo , embora você mereça todas as pompas do mundo mas , quero dizer que seu blog é o máximo , um grande beijo .

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    1. Você é que é o máximo! Apareça sempre. Muito bom ter você por aqui também! Abração.

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