Eu sou assim. Frágil ou forte, de acordo com a lua. Grande ou pequena, dependendo do medo. Intensa ou efêmera, para combinar com o que você quer de mim…
Posso servir café no copo e dar sonoras risadas; comprar biscoitos, molhar no leite e lamber as pontas dos dedos. Andar descalça. Prender os cabelos no alto da cabeça. Colar durex para consertar a bainha da calça.
Posso também pintar os olhos e por a boca de carmim. Vestir o melhor vestido e ficar horas andando no salto. Distribuir sorrisos suaves. Rir com discrição. Bancar a madame.
Tudo posso. Sou livre. Sou dona de mim.
Mande o roteiro que ensaio o meu papel.
Camaleoa. Aprendi a dançar conforme a música. Foi deste jeito que eu sobrevivi.
Estou no trecho…
“Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.”
(Clarice Lispector)
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