(Imagem: Reprodução)
Eu costumo não misturar as estações. Cada coisa no seu quadrado. Pode ser hábito do ofício de pedagoga com seus planejamentos, organizações, jeitos e trejeitos de lidar com os dados, com o outro, com os objetos de estudo. Mas a verdade é que costumo respeitar os limites recomendáveis pelo bom senso. Querem um exemplo?
Falo mais de amor por aqui, com vocês, do que ao vivo, em outros ambientes. Podem acreditar, sou bem discreta. Tanto, que tem gente que até especula, imagina, manda indiretas e, como resposta, devolvo um sorriso divertido. E elas demonstram não se conformar em não saber... Engraçado mesmo isso. Por que a vida dos outros interessam tanto a algumas pessoas? Eu diria que a maioria delas não tem vida própria.
Sou interessada em política. Para mim, todo ato humano é político e comprometido. Não há neutralidade. Portanto ter essa compreensão já dimensiona-me em tudo que faço e, ao mesmo tempo, permite-me analisar tudo que acontece ao meu redor. Eu não preciso militar no trabalho de forma declarada, com camisetas e bandeirinhas. Minha militância é o meu jeito de trabalhar... Eu não preciso subir num banquinho e fazer nenhum discurso. Minhas palavras, que formam opinião, se dão no horário do café, em qualquer reunião ou em cada bate-papo informal... Faço política em tudo que faço, como todo mundo. Para os atos escancarados, as ruas, durantes as manifestações.
Tem gente que mistura tudo. São pessoas insuportáveis. Se comportam de tal modo onde não é permitido. Tentam catequizar quem já tem religião. Falam dos detalhes mais íntimos do seu último encontro para a chefia ou mesmo estranhos. Há outros que choram pitangas e abrem-se nos divãs das redes sociais... Há de tudo. Há os insistentes, os eloquentes, os mala sem alça e aqueles que, se a gente pudesse, deixaria bem longe do nosso caminho...
Um pouco de pudor não faz mal a ninguém. Um pouco de recato também não. Porque em boca fechada não entra mosca.
Coisa que nunca cai de moda, discrição.
Coisa que nunca cai de moda, discrição.
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