Era uma vez um mundo repleto de caras amarradas. Cinzento e frio. E eu estou nele.
Cada um que chega traz um problema pesado nas costas, doido para tirá-lo de si e encaminhá-lo para alguém... Percebo. Procuro desviar. Salto de banda. Problema passando de raspão. Porém alguns ricocheteiam e me atingem em cheio. Dancei. É preciso encará-los e resolvê-los. Ainda que não fossem meus em essência…
Nesse mundo repleto de pessoas desagradáveis e problemáticas, um sorriso vale ouro. Até os meio sorrisos amarelados e sem graça têm o seu valor. São como pequenas luzes que iluminam semblantes e aquecem corações. A gente quase pode ver alguma alegria nas caras amarradas. Quase.
Paira desconfiança no ar. Possivelmente, medo. Desejo nenhum. Um certo desgaste.
Não há lugar para descanso. Nem avanço. Só repetição. Não há música. Nem perfume. Inquietação.
Mas que coisa! Eis que minhas mãos tocam a cabeceira da cama, num forte impacto. Acordo, então. Era um sonho. Não! Um pesadelo.
O mundo das caras amarradas foi fruto de uma fruta mal digerida, em uma noite mal dormida. Suei nos lençóis revirados. E despertei aliviada.
Porque como tudo nessa vida, até os sonhos ruins, uma hora chegam ao fim. Tudo, um dia, passa.
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