A gente deveria deter o poder de desatar todas as nossas amarras... Soltar o que nos oprime e libertar-se. Alçar voo. Algumas vezes é até possível chutar o balde, mas nem sempre.
Então dá um aperto no peito e a gente continua se submetendo. Engole o choro, se equilibra no salto e vai fingindo que está tudo bem. Somos como artistas no palco.
Fazer o que não deseja. Estar onde não quer estar. Conviver com quem desejaria não ter por perto... Acontece comigo, talvez com você, com todos nós. Mas não deveria ser assim. Deveríamos ser, ao contrário, senhores absolutos dos nossos destinos. Autores da própria história.
De certa forma, acredito que a liberdade total é utópica. Desejamos, fazemos por onde, mas não conseguimos alcançá-la. Vivemos juntos, numa rede de relações, interdependentes, submetidos uns aos outros, onde a subsistência e a posição econômica dão as cartas e os diferentes papéis são estabelecidos.
Neste exato momento, gostaria estar numa praia em Fernando de Noronha ou no Hawaí. Sem a menor chance, é claro. Aliás, existe a grande probabilidade que eu nunca vá a nenhuma delas, como gostaria. E muito.
Não basta meu desejo. Nem meus sonhos. Porque não existem as condições mínimas necessárias. Existem amarras, sanções, limitações, imposições e implicações de todas as ordens que me fazem ficar… E ficar na vontade.
Não somos livres de fato. Porque depois de um balde que for chutado, haverá outro. E outro.
Para mim, é chegada a era das impossibilidades.
(Post dedicado a todos e todas que tornam minha vida mais difícil. E sem agradecimentos, por favor.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são de responsabilidade única dos seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião do blog.