segunda-feira, 16 de novembro de 2015

“Lira Itabirana”

riodoce(Foto: Fred Loureiro/ Secom ES)

Do poeta visionário (ou seria profético?) Carlos Drummond de Andrade, de 1984:

“Lira Itabirana”

I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

 

Tragédia anunciada.

Sem mais.

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