Como é difícil manter a palavra entalada na garganta! Ver e ouvir verdadeiros disparates e ter que segurar a opinião que teima em ser externada. Tem gente que consegue com mais facilidade. Para mim é muito difícil. E para você?
A profissão de blogueira já diz tudo. Gostamos de dar pitacos e palpites sobre quase tudo, mesmo sem sermos chamadas. Ao formamos opinião, damos a nossa. Mas, no dia a dia, no mundo real, a coisa é mais complicada.
Nas relações sociais, profissionais, precisamos ser cuidadosos. Ouvir mais, falar menos. Mas, à medida que acumulamos mais experiências, vamos ficando mais seguros e dar nossa opinião é quase inevitável. Não é arrogância. É zelo. Cumplicidade.
Percebemos com mais rapidez o que provavelmente dará errado. Já vimos mais da vida... Antecipamos. Conhecemos um outro jeito mais rápido e eficiente. Já erramos mais e aprendemos com nosso erro. O que queremos? Evitar que os outros cometam os mesmos que já cometemos…
Só que nem todos estão dispostos a ouvir. Aprender com o outro. Aceitar opiniões divergentes. Então surge o conflito: calar ou falar, na tentativa de alerta? Deixar a palavra presa na garganta? Ou ser a pessoa que tem sempre algo a dizer?
Quando as diferenças são grandes, os conflitos se evidenciam. Deles, como consequência, o isolamento, a rejeição, a não aceitação. O silêncio. E o grupo não caminha… É preciso maturidade para lidar com a situação.
Quando acontece nas famílias, muita gente chama de “conflito de geração”. E traz grande sofrimento para seus membros. Como superar? Alguém precisa mediar as relações. De dentro ou de fora. Palavras não foram feitas para ficarem na garganta…
Muita conversa, de parte a parte. Bom senso, de lado a lado. Alguma terapia, se for o caso. E muito amor e amizade. Favorecer laços sempre é a melhor saída. Em ambientes de trabalho, boas dinâmicas de relacionamento interpessoal sempre dão alguma ajuda.
O importante mesmo é, além do respeito mútuo, que haja boa vontade e objetivos comuns. Juntos, podemos sempre mais.
Fica a dica.
“Tenho a poesia
presa na garganta
arranhando meu paladar
Preciso escrever
para não me engasgar.”
Enide Santos
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