Abacaxi ou lima da pérsia?

(Fotos: Reprodução)

Inaugurou finalmente o grande supermercado no shopping mais perto da minha casa. Todo mundo comentando, é claro, tinha que ir lá para conferir!

Um hipermercado com dois pavimentos, daqueles que vendem de quase tudo e cheio de promoções. Que beleza! Qual a mulher e dona de casa que não se encanta?

Depois de fechar a sua loja no estado em 2011, voltou a atuar no mercado e os capixabas estão curtindo a novidade, lotando o hipermercado, com seus carrinhos e algum dinheiro para gastar!

Fiz uma visita rápida. Fim do dia. Fim da semana. Cansada. Mas a curiosidade me impulsionou e eu me deixei levar… Peguei uma meia dúzia de produtos e escolhi a menor fila. Apenas três pessoas na minha frente: duas senhorinhas e um rapaz.

As compras da primeira senhora passaram em câmera lenta… Imaginei uma lesma fazendo a operação no seu ritmo. Eu e o rapaz nos entreolhamos algumas vezes… Pusemos na conta da falta de experiência da operadora de caixa. Relevamos.

Entretanto, duas latinhas de cerveja, entre os produtos da senhora, não passaram. O código de barras não foi lido pela máquina. Chamou-se a supervisora! Mais alguns minutos… Problema resolvido. Ou não. A senhora precisou ser informada que as latinhas deveriam ser cobradas numa nova operação, separadas das primeiras compras… Ela não entendeu porquê! Nem eu. Nem o rapaz. Nem quem estava depois de nós. Nem você que está lendo o texto… Mas, enfim, depois de alguns minutos, mesmo sem entender, as primeiras compras foram pagas e, depois, cobradas e pagas as duas latinhas de cerveja!

E aí começou a operação de embalagem das compras da primeira senhora. Percebi que ela estava aguardando que alguém caísse do céu para embalar para ela… Como não caiu ninguém, a operadora do caixa, começou vagarosamente a embalar suas compras… Aliás, com o mesmo ritmo com o que cobrou!

Eu e o rapaz nos olhamos uma dezena de vezes nesse período e, até, trocamos alguns comentários que, por respeito ao leitor, não irei repetir…

E, finalmente, lá se foi a primeira senhora. Então iniciou-se os trabalhos de cobrança das compras da segunda senhora da fila. (Ebaaaaa! Uma luz no fim do túnel!)

A segunda senhora esbanjava agilidade. Mal a operadora registrava o produto, ela prontamente o embalava. Que maravilha! Eu mal estava acreditando naquele ritmo frenético! Até que veio o último produto a ser registrado: um abacaxi – e só podia ser – um abacaxi! A moça do caixa procurou seu código na lista. Procurou, procurou, procurou e, finalmente, digitou os números. Prontamente, apareceu na tela: lima da pérsia! A maldição estava decretada!

A fila parou. A operadora tentou desfazer o malfeito. Nada! Chamou a supervisora. Eu e o rapaz nos olhamos e rosnamos alguma coisa… Não foi o suficiente. Virei pra trás e já comecei a fazer roda de conversa! A fila toda reclamando, sugerindo, procurando ajudar…

A supervisora veio e, para o nosso desespero, não tinha um cartão de cancelamento de produto, como existe em todos os outros supermercados! (Eu sei disso, porque perguntei-lhe diretamente, porque não tomava esta providência!). O que tinha que ser feito era: pesar novamente a fruta e colocar o código de lima da Pérsia, para, só assim, cancelar a operação! Acontece que a balança não colaborava… Imagina a cena: a supervisora tentava localizar o abacaxi exatamente num ponto “perfeito” do aparelho, para dar o mesmo peso!!! Alguém já viu uma coisa dessa? Eu nunca! Seria hilário, se não tivesse acontecido num hipermercado multinacional!

Daí, minha gente, olhei num olhar derradeiro para o rapaz à minha frente e desisti. Larguei os meus poucos produtos na esteira, em forma de protesto, e nem olhei pra trás. Vim embora, cheia de caraminholas na cabeça…

Divido, agora, todas elas com vocês. Tirem suas conclusões, enquanto vou fazer minhas compras no supermercado de sempre. É, no mínimo, mais seguro.

Bom final de semana.

 

Em tempo: O rapaz na minha frente passou por tudo isso e só tinha dois pacotes de biscoitos para pagar… Uma lástima!