Existe um sentimento nobre, que anda meio esquecido: o reconhecimento. É parente próximo da gratidão. Quase ninguém mais tem tempo para parar e reconhecer aqueles que lhe estendem a mão, que lhe dão uma forcinha…
Nem precisaria agradecer! Reconhecer já seria o suficiente, porque lhe tiraria toda e qualquer arrogância trazida pela sensação da auto-suficiência. Precisamos uns dos outros. Sempre.
Fazer o bem e não olhar a quem. E quem recebe o benefício consegue perceber o bem que foi feito? A maioria, não. É um fenômeno bem interessante. As pessoas acreditam que os outros têm a obrigação de ajudar. Não têm.
Temos nossos filhos. Fazemos tudo por eles. Investimos cada centavo que temos na tentativa de fazê-los felizes. Escolhemos as melhores escolas. Pagamos os melhores cursos. Fazemos o que podemos. E, às vezes, o que nem podemos! Passamos noites em claro velando seu sono. Deixamos o melhor pedaço do bolo, o peito do frango, o restinho do leite… E eles são reconhecidos???
Dedicamos os melhores anos de nossas vidas ao nosso trabalho. Geramos produtividade, lucro, mais-valia. Acordamos antes do sono acabar. Muitas vezes, ainda está escuro… Enfrentamos ônibus cheio. Duas horas para ir, outras duas para voltar. Damos o nosso melhor. E alguém nos faz algum elogio? Alguém reconhece o valor da nossa produção???
Eu poderia dar inúmeros outros exemplos. Paro por aqui. Você também conhece outros tantos casos. A verdade é que fazemos noventa e nove coisas acertadas e ninguém reconhece. Ou, pelo menos, demonstra reconhecer. Mas se fizermos uma única fora do esperado: ai de nós! Não faltarão algozes para apontar nosso erro.
Tem horas que essa nossa humanidade me angustia.
Seria mais justo se fôssemos, todos, mais reconhecidos e gratos. Talvez, assim, nos sentíssemos mais irmãos e mais animados em ajudarmos uns aos outros.
Hoje estou um tanto desanimada…
Precisamos praticar ambos.
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