Hoje será um dia difícil para muitos de nós.
Acordar cedinho e fazer uma visita pelas redes sociais: dia do pai, carinho para o pai, mensagem para o pai, foto do pai… A garganta já engasga e as lágrimas já teimam em brotar…
Se ligar a tv durante o dia é uma overdose: dia do pai, pai dos famosos, reencontro de pais ausentes com filhos esperançosos, presentes espetaculares para o pai à preços módicos…
Não há escapatória! Se der uma volta, eles estarão pelos calçadões, parques e praças: pais e filhos. Se almoçar fora, estarão lotando os restaurantes. Então… Assuma a sua dor.
Hoje é o dia nacional da dor por não ter o pai presente… A dor de não ter para quem dar o presente no dia do pai. E os motivos são muitos, mas o único perdoável para o coração entristecido (e alguns revoltados) do filho é a morte prematura. Apenas esse.
Filho é sempre de dois: mãe e pai. Mas como, pela imposição da natureza, é gerado no ventre materno, muitas vezes, não se estabelece a necessária relação de pertencimento entre pai e filho. E sem esse forte sentimento, o homem não se sente envolvido com aquele ser (humano) que é metade ele mesmo… Exatamente o que iria defini-lo como PAI.
Sem o vínculo emocional de pertencimento, o homem que gerou “não se torna pai”, portanto não assume a paternidade e, assim, teremos mais um filho sofredor neste domingo. Tão simples, quanto duro!
Hoje, é claro, é apenas uma data tradicionalmente escolhida, com objetivos comerciais, mas que é apenas um dia entre os outros 365, em que um pai faz falta na vida da gente…
Um dia, esses homens sem vínculos irão se explicar para Deus, olho no olho, no Dia do Juízo… Problema deles. Enquanto isso, nós que nos importamos com o outro façamos a nossa parte e do melhor jeito possível.
Tem gente que cria filho sem ter gerado e cria muito bem criado. São Pais com P maiúsculo. Tem mãe que cria filho sozinha e faz os dois papéis – de pai e mãe – e são ótimas nisso. Tem avós, que achavam que sua missão já tinha sido comprida, mas estão aí, assumindo a paternidade de alguém e provando que dão conta do recado! Não faltam bons exemplos para dar, felizmente. Mas falta alguém no coração desses filhos… Pode apostar.
Eu até pensava que não. Eu até podia jurar que eles superam, mas eu estava errada. Vivi o suficiente para entender… Pai faz sempre falta. Ser abandonado. Não ser querido. Não ser desejado. Não ser assumido. Isso tudo deixa alguma marca…
Alguns filhos seguem adiante apesar da sua dor. Vão com ela. Outros filhos caminham, ao lado de um lugar vazio. Outros vão, aos trancos e barrancos, sofrendo e trazendo sofrimento, para quem optou em estar ao seu lado… Outros se fecham e só se abrem quando constroem a própria família e assumem o papel de pai, em sua plenitude. Cada um é cada um, mas todos sofrem…
Pai é coisa muito séria. Tão séria que a natureza deveria ser feito como nos cavalos marinhos: são os machos que geram os filhotes. Talvez assim o pertencimento teria mais tempo para se estabelecer!
Parabéns para pais de verdade e para as mães, avós, padrastos, pais adotivos, etc. que assumiram a paternidade com o coração! O dia é de vocês!
O meu melhor abraço para o meu padrasto Jorge, junto com o meu reconhecimento de filha agradecida. Um carinho doce e cheio de amor para o meu pai Luiz, que não mora mais nesta terra, há tantos anos…
E um lembrete para aqueles que geraram vidas e não assumiram: sempre é tempo de fazer diferente. O seu lugar está vago no coração de alguém. Ocupe-o. O maior beneficiado será você mesmo!
Ser pai...ter pai...sentir o pai...viver com pai...sentimentos entrelaçados que nos traz o sentimento de pertencimento de um lugar insubstituível e único na vida do outro, seja ele na figura do avô, do tio, do padrasto, e por aí vai... Então homenagens nossas àqueles que se permitiram estar nesse lugar. Feliz diacdos pais a todos esses chamados também de PAI.
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