terça-feira, 24 de outubro de 2017

Sobre as eleições muito disputadas


Quando o grupo está dividido algo urgente precisa ser feito. Não dá para tampar o sol com a peneira, fingindo que está tudo bem.

Uns comemoram. Outros amargam a decepção. O confronto é velado. Talvez nem tanto. Mas a verdade é que depois de um processo eleitoral disputado, seja qual for o resultado, o grupo se divide e ao vencedor cabe a primeira tarefa que é integrar a equipe novamente.

Vencer pode dar dor de cabeça.  Perder pode ser um alívio. Dependendo do grupo em que a eleição tenha se dado, problemas de ordem pessoal podem ser enormes e aflitivos. Merecem atenção.

Ao vencedor, responsável pela nova administração, cabe a ponderação. É preciso evitar provocações. Até a euforia da vitória deve ser comedida. Lembrar-se que vai precisar daquelas pessoas que estão do outro lado, no futuro próximo. E do seu trabalho. E da sua lealdade. 

Vencer é, realmente, para os fortes. Para os preparados. Muitos dizem que é preciso saber perder, mas eu insisto que, principalmente, é preciso saber vencer. Ter postura de vencedor, sem ser arrogante. Ser humilde na vitória não é fácil, mas é importante.

Um grupo dividido produz menos. Cai a empatia com a função e o trabalho produzido diminui em qualidade. Todos perdem, principalmente seu líder que demonstra inaptidão para a função. E, na maioria das vezes, estava mesmo despreparado.

Democracia tem dessas coisas. Precisamos praticá-la, vivenciá-la para aprender com os próprios erros. Sempre será melhor do que qualquer ditadura. Porém, em ambientes escolares, como em eleições para o cargo de direção, merece mais cuidados no seu transcurso.

Crianças pequenas são facilmente seduzidas por imagens de super-heróis e outros apelos infantilizados. A reflexão sobre o que é melhor para a escola, o currículo dos candidatos, o que cada um tem para oferecer pode ser facilmente deixado para um segundo plano... E como o voto é universal, são os alunos quem decidem quem será seu novo diretor. Portanto, todo o cuidado é pouco. O candidato mais popular tem infinitamente mais chances nesse processo. Lastimável.

O fato é que, apesar de todos os pesares, quem venceu tem que administrar com sabedoria e apoio de todos. Precisa articular bem suas estratégias, priorizando a valorização de cada pessoa do grupo. Precisa buscá-las. Conquistá-las. Como? Provando que é capaz. Indo até elas.

Vitória acabou de eleger os novos diretores e diretoras de suas escolas e centros de Educação Infantil. Vila Velha está com o processo em andamento. Desejo a todos os vencedores, sucesso e discernimento. A qualidade da educação do nosso país começa com o bom trabalho de cada uma dessas instituições de ensino. E, sem dúvida, neste processo, o papel do gestor é fundamental.

E, aos que perderam ou que perderão, um conforto: possivelmente vocês não eram ou serão os piores candidatos... Coisas da democracia.

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