Sempre que eu chego em casa, assim como hoje, absolutamente cansada e cheia de fome, que eu mais me lembro – e sinto uma falta danada – da atenção que minha avó Dora tinha comigo, quando estava na sua casa, para almoçar ou jantar. Comidinha na mão, posta no prato, quentinha, gostosinha, preparada com o maior amor do mundo!
Não lembro a vez que eu mesma tenha preparado algo para eu comer, na sua cozinha. Nunquinha. Ela sempre se adiantava. E não é porque não gostava de dividir o seu espaço. Longe disso. A gente podia ficar lá juntinho com ela, ajudando até, mas o prato principal era por sua conta. Aliás, tudo: a comida, o suco, a sobremesa. Tratamento vip.
E eram dois bifes, coisa que nem sempre lá na minha casa era possível! Para os netos, minha avó caprichava. Nada de refrigerantes, mas uma batatinha frita, só para agradar, vez ou outra, aparecia no prato. Ela sabia das coisas!
Então eu chego cansada e não tenho mais ninguém para me paparicar… Ninguém, ao menos, para me esquentar a comida. Nada. Se quiser algo diferente, que vá comprar ou preparar… Desisto e apelo pro pão com ovo, leite com achocolatado, uma fruta ou um biscoito qualquer.
Queria voltar no tempo. Uma vezinha só! E, de preferência, na casa da Vó Dora, na hora da refeição… Mas em um dia que tivesse nhoque, doce de abóbora ou de batata roxa, na sobremesa.
Ainda consigo lembrar do gosto…
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