Uma quase menina tornou-se mãe de um menininho, saudável, graúdo, esfomeado, lá nas bandas da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Foi assim: ele surgiu na soleira da porta, enrolado em panos, no colo da enfermeira. Sugava os dedos, sem mesmo saber por quê. Fazia barulho alto, que ecoava por toda enfermaria.
As paredes mornas e tudo mais que havia naquele quarto simples conheceram meu primeiro filho. Eu também.
Meio sem jeito e sem estrutura, não sabia bem o que fazer com ele. Tomei-lhe nos braços e olhei apavorada para a enfermeira. Ela sorriu e molhou um chumaço de algodão numa solução esterilizante e mandou que eu limpasse o bico do seio.
Foi mágico! No primeiro encontro, a primeira doação. Dei, no leite, o maior amor do mundo.
Era início de novembro. Dia três. Há exatos trinta anos atrás.
E o tempo passou tão rapidinho… De repente, trinta! Com um piscar de olhos, Peter Pan cresceu.
Mas se engana quem pensa que ele deixará de voar. Quem nasce para brilhar, e usa asas, não se conforma em manter os pés no chão. Afinal, a gente cresce, mas não deixa de sonhar. É o desejo que nos impulsiona.
No dia do seu aniversário, meu filho, desejo sonhos inesgotáveis, em todas as suas manhãs. Desejo tardes de paz, frescas e tranquilas. Desejo noites intensas, com luzes, cores e amores. Muito som. Muita força. Muito encanto. Muita candura e sutileza. E, como não poderia deixar de ser, muito juízo.
Mãe é mãe. E, saiba, você é um filho muito amado. Para sempre. Com a idade que for.
Parabéns!
:~)
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