Que ninguém tenha dúvida: Beth Carvalho era esquerdista! Recebeu dentro de casa esta formação política e a abraçou. Conheceu de perto os horrores da ditadura. Seu pai fora cassado! Desde nova aprendeu a dicotomia existente na relação com o poder. E se posicionou.
Beth era artista. Era da música. Compositora e cantora, dessa forma, não lhe caberia outro formato, a não ser como representante da expressão popular. Foi no samba que ela se revelou gigante.
Beth entrou na minha vida de adolescente pela porta da frente. Junto com o melhor da música popular brasileira. Como carioca, não fiz nenhum esforço para me apaixonar por suas canções. Elas falaram para mim.
Andança, como já disse, foi a favorita. O seu primeiro grande sucesso. Até hoje ainda me diz… Mas o que dizer de “As rosas não falam”, de Cartola, na sua voz? Intensa!
Simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti…
Mas antes que a tristeza chegasse e fizesse morada, a mesma Beth animava o astral com seu samba pra cima e nos convidava a festejar. A vida virava festa!!!
E numa letra singela dizia que éramos a queridinha, bonitinha, do pai. Logo para mim, que perdi o meu tão cedo… Tão importante! Essa Beth! Boa, Beth! Lembrar desse amor gostoso numa canção…
E o que falar dos bailes carnavalescos animados com suas músicas? Foram tantas… E eu fui à tantos! Beth era a cara do Carnaval, do Rio de Janeiro, do samba, do povo, do Brasil.
Beth era a minha cara!
"E jamais termina o meu caminhar..."
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