(Imagem: Reprodução)
Tenho medo de tornar-me uma velhota enjoada, daquelas que reclamam de tudo. Juro que tenho tentado evitar tal futuro quase certo, mas a situação atual está levando-me à loucura! Trabalhar dando conta do trabalho dos outros é um dos mais ingratos dos ofícios! Pois é esse o principal viés da função de pedagoga.
Saudades eu tenho de ser professora regente... Planejava a aula e a executava do melhor jeito possível. Dava certo. Era gratificante. Da porta pra dentro da sala de aula eu respondia e a coisa andava. Os alunos aprendiam. E eu aprendia com eles e ia aperfeiçoando-me como profissional. Era motivador!
Mas, como pedagoga, o leque é mais abrangente. Dou conta do que se passa em muitas salas de aula, envolvendo muitos alunos, suas especificidades, suas famílias, seus professores, os especializados, a equipe gestora, a assessoria da Secretaria de Educação e muito mais… Enfim, todo o processo envolvido. Na escola, todos procuram a pedagoga que, por ofício, precisa necessariamente saber… de tudo! Ou, pelo menos, é o que se espera. Vida difícil essa.
Fico pensando se as pessoas se dão conta dessa conta. Cobrar é fácil. Exigir qualidade da escola é dever. Mas concentrar toda a cobrança em uma única profissional é injusto. Afinal, tudo em uma escola é pedagógico!
O especialista em Educação não é o “Todo Poderoso”. Existem demandas que não são da sua alçada. É preciso separar as coisas. Há competências da direção, da coordenação, do próprio professor, da família, do aluno. Ser aquele que delega, que distribui, que orienta, que lidera, que faz, que realiza, que dá conta, que prevê, que planeja, que mensura… é para os fortes! Para as fortes!
Ontem, 20 de maio, foi o Dia do Pedagogo. Recebi muitos parabéns e mensagens de carinho. Mas o que eu gostaria mesmo era de ter o trabalho reconhecido e compartilhado igualmente entre todos os agentes do processo.
Considero a educação tal como uma corrente, resistente, onde todos os educadores são seus elos formadores, igualmente responsáveis pelo ensino ofertado. Juntos somos fortes e podemos mais, sem sobrecarregar ninguém. Essa corrente movimentaria uma bicicleta que, pedalada pelo aluno, protagonista do seu processo de aprendizagem, o levaria pelo mundo do conhecimento.
Educadores mostram o caminho. Fornecem as ferramentas necessárias. Cabendo aos alunos, o trilharem com autonomia. A direção é o futuro que, na prática, para eles, já começou. E o plano dessa viagem está nas mãos dos pedagogos.
Parabéns para nós! Desejo muita saúde e garra, porque a tarefa é árdua, mas de extrema importância.
(Créditos na imagem)
(E você? Cumprimentou os pedagogos da escola do seu filho? Ainda está em tempo…)
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