Mais um dezembro, mais um fim de ano e mais uma despedida. Mesmo para uma professora há tantos anos na profissão, essa época traz sempre uma emoção a mais!
Quase duzentos dias letivos (ufa!) e estou terminando de aprontar uma turminha de terceiro ano, deixando-a preparada para seguir adiante… É a vida! Cada aluno e cada aluna aprendendo no seu próprio ritmo, de acordo com as suas especificidades, interesses, habilidades e talentos.
Cada criança é mesmo especial!
A cada ano que termina, descobrimos que aprendemos, também, enquanto ensinamos! E esta turma, particularmente, ensinou-me muitas coisas. Um desafio para uma professora com relativa pouca experiência em classe que ainda necessitaria concluir o seu processo de alfabetização.
Descobri que crianças se alfabetizam lendo e escrevendo sobre tudo aquilo que têm interesse! E que o seu interesse não tem fim… Contra a indisciplina uma só receita: conhecimento! Mantenha-as ocupadas com eles. Dá certo. Deu certo.
Meu terceiro ano não se limitou ao que era previsto numa lista predeterminada de conteúdos. Fomos além! Incentivados e impulsionados por eles mesmos: os alunos!
A receita foi simples: colocaram numa mesma sala uma turma de alunos que gostavam de aprender com uma professora que adorava ensinar… E a turma superou todas as expectativas!!!
Fui professora por muitoooooos anos de 5º ano, a antiga 4ª série. Para mim, confesso, é realmente muito difícil enxugar as informações. E quanto mais eu enriquecia as aulas, mais eles gostavam… E queriam saber mais!
Levei mapa-mundi e globo terrestre para a sala, falamos dos países, planetas, estados brasileiros e tudo mais… Mas, nem por isso, deixamos de passear pelo bairro da escola! Estudamos as palavras, o texto, a gramática. Demos os nomes aos bois!
A dica é nivelar por cima! Acreditar no potencial dos alunos. Retirar de cada um deles aquele casaquinho de coitadinho, que a sociedade adora colocar nas crianças de escola pública, especialmente, das classes mais carentes… E eu sempre disse isso para eles. Quase um salmo recitado diariamente: “aqui nessa sala só se usa capa de super-herói!” Porque eu acredito… E faço acontecer!
Falar a verdade para a criança é fundamental. Explicar causa e consequência de cada ato também. Olhar no olho. Chamar a atenção quando necessário (e só quando necessário!). Promover o respeito mútuo. E ter o bom humor como pano de fundo é a melhor estratégia. No mais, é despertar o desejo por saber, fomentar a curiosidade… Ensinar e aprender. E vice-e-versa.
Trabalhar mais o aluno, na sua individualidade. Culpar menos as famílias. Criar hábitos e atitudes que serão importantes para toda a vida… Buscar sua autonomia!
E amar sem limites até dezembro chegar!
(Obrigada, Rosalba Tovar, pela oportunidade oferecida e pela confiança depositada! Obrigada, Sabrina Rezende, pelo apoio e reconhecimento! Obrigada aos demais colegas pela parceria.)
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