Não são espinhas. São palavras presas na garganta. Palavras que não foram ditas. E não há como, simplesmente, engoli-las.
Ficam ali, atravessadas, nos lembrando de algo que nos incomoda. Causam desconforto, sofrimento. Precisam ser soltas, pronunciadas. É urgente!
Palavras não foram feitas para ficarem engasgadas, mas para serem livres! É preciso usá-las!
As situações se apresentam e nos exigem algum posicionamento, uma reação. Entretanto, entre o pensar e o dizer, muita coisa está envolvida. Inclusive relações de poder.
Vivemos numa teia social onde cada um tem um determinado papel a desempenhar. O poder de dizer o que se pensa não está em todas as bocas, nem em todas as mãos. Muitas vezes o recomendado é calar. Assim minimizam-se os prejuízos.
Manda quem pode, obedece quem tem juízo... Obedece-se calado, de preferência...
E as palavras de revolta ficam entaladas na garganta... E como doem! Querem, todas, explodirem num grito! Ou um lamurio qualquer.
É unânime: as melhores palavras são aquelas que não dizemos. Ficamos horas ensaiando o que será dito, mas na “hora h”, elas não saem... O contexto as enfraquecem. E aí engole-se sapos! E eles têm gosto horrível! Não são digeridos. Ficam ali, dias, azedando nossa vida com a sua amargura…
Palavras foram feitas para serem ditas.
Se não consigo falar, adoeço.
Ou escrevo.
Gritar ,falar aquilo que magoa é um alívio,mas muitas vezes ficamos caladas por vários motivos como voce muito bem explanou.Ficamos amarguradas,desiludidas ,mas algumas vezes é bom nao ser aquela pessoa que tanto mal nos fez,pois o sentimento também é de alívio.Será que nao bate um sentimento de culpa ,remorso.
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