domingo, 19 de junho de 2011

Nós e a diabetes tipo 1.

diabetes (1)
 
Por esses dias faz dois anos que fomos apresentados a esta doença: diabetes tipo 1.
 
Junho de 2009. Meu filho cada dia mais magrinho, bebendo mais água, fazendo mais xixi. Reclamava que estava com dificuldade para enxergar de longe e, quando subia as escadas do nosso edifício, chegava lá em cima muito cansado… Quando se machucava, mesmo qualquer raladinho apenas, custava para sarar, acaba inflamando e dava muito trabalho! Ninguém suspeitava, doença desconhecida, silenciosa. Chegou devagarinho e jogou a família toda no chão!
 
Dois anos depois, hoje, faço questão de abordar este assunto, com o objetivo de, não só divulgar a doença, mas também de afirmar que é possível ser feliz apesar de conviver com ela!
 
O susto é grande.
 
A diabetes tipo 1 é conhecida como infanto-juvenil. Acredita-se que algumas pessoas já nascem com essa pré-disposição genética. Tem características diferentes da tipo 2, que é a mais comum e mais conhecida. Eu mesma só vim a ter conhecimento desses dois tipos há dois anos atrás! E tive que aprender tudo em poucas horas…
Esclareço:
“O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Isso acontece por engano, porque o organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma resposta auto-imune. A DM1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até às células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.” (http://www.diabetes.org.br)
Nossa geladeira é magrinha. Eu e meu filho mais velho não nos privamos do açúcar, mas comemos fora de casa. Aqui respeitamos a convivência. A família toda segue as regras. A vida segue seu curso.
 
A medicação é cara, mas consigo prover com o meu trabalho. Em breve, ele mesmo terá essa responsabilidade, pois está crescendo, se desenvolvendo e o futuro já é logo ali.
 
O esporte dá o tom de alegria e equilíbrio na vida do diabético. Se faz bem a todos, em geral, para ele então é fundamental!
 
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Penso que políticas públicas para facilitar ainda mais a vida do diabético e de sua família precisam ser mais democratizadas.
 
Tentei conseguir a insulina LANTUS para meu filho na Farmácia do Estado, aqui no ES. Infelizmente não consegui, porque nos exames de sangue, que apresentei, seus níveis de glicose estavam controlados… Ora, estavam controlados, porque ele já está tomando a insulina regularmente!!! Qualquer pessoa entende isso!
 
Já que é assim, então os gastos com os medicamentos comprados pelo doente ou por seu responsável, sendo uma doença crônica, deveriam ser descontados do Imposto de Renda. Incentivos fiscais, de modo geral, deveriam ser fornecidos, como por exemplo, a retirada dos impostos dos medicamentos!
 
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O raciocínio é simples:
 
A diabetes tipo 1 acompanhará meu filho pelo resto de sua vida. Ele dependerá da insulina pelo resto de sua vida. Ora, o governo não deverá arcar com alguma parte desse custo? Será que, somente nós, a família, deveremos assumir cem por cento da responsabilidade? Então qual é mesmo a função da aplicação dos impostos???
“Nossa Constituição Federal de 1988 revolucionou a questão da saúde, estendendo o direito a saúde a todas as pessoas, impondo ao Estado a obrigação de prestar a assistência integral à saúde. O artigo 196 diz que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. (http://www.oabsp.org.br)
Por fim, não gostaria de encerrar esse post sem deixar de mencionar a importância da nossa “anjinha da guarda”, no decorrer desses dois anos. 
 
Como todos os anjos, ela zela por nós e está sempre de prontidão, preparada para qualquer emergência. No nosso caso, essa anjinha se chama Elsemary Toledo da Silva e é médica endocrinologista.
 
Drª Elsemary segurou nossas mãos e nos guiou nos primeiros e mais difíceis dias. Está conosco desde então. É daquelas médicas que dá atenção total, pois compreende a amplitude do problema; daquelas que fornece o email, o número do celular e você se sente à vontade para ligar à qualquer hora! Ela atende, retorna a ligação, te orienta, acalma teu coração. Coisas que não tem preço
 
Ela foi e é nosso porto seguro. Não há palavras que expressem nossa gratidão. Mesmo assim, teimarei em dizer, sempre, muito obrigada.
 
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Doce Deni Diet

4 comentários:

  1. Absolutamente bem colocado. Vamos cobrar uma resposta dos ilustres representantes do povo!

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  2. Olá Deni! Fico triste por saber a luta que voces enfrentam mas, ao mesmo tempo feliz por superarem a cada dia juntos essa doença.
    Aqui no Rio com o laudo medico voce consegue dar entrada no SUS para conseguir a medicação. Tente! Bjs.

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  3. Superação, fé e desejo de viver bem e com qualidade de vida, um exemplo, mãe e filho!

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  4. Oi Denise!

    Nossa, que blog legal você tem!
    Adorei o que escreveu. Muito cheio de sentimento e amor...
    Muito obrigada pela homenagem, não esquecerei...Vou mostrar pra minha família, pois eles tem me acompanhado nesses 15 anos que voltei da especializacão. Muitas lutas, mas vitórias também, para honra e glória do Senhor Jesus, a quem eu dou todo o louvor!

    Beijos, fiquem com Deus!

    Elsemary

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