Se a gente soubesse a força que tem o nosso olhar aproveitaríamos muito mais todas as possibilidades que ele nos oferece…
Nosso olhar tem até o poder de profetizar!
A gente olha o menino, avalia e diz: “Esse menino vai longe! É desinibido.” Ou “É inteligente!”, “É estudioso!”, “É interessado!”…
Provavelmente estaremos acertando em nossa avaliação. Mas se, ao contrário, nosso olhar perceber que aquele ali não terá futuro, melhor mudar o nosso olhar, antes que façamos um estrago em sua vida. Pois, ao contrário do que possa parecer, não é a sua incapaciadade intelectual ou o seu desinteresse que não lhe proverá belos dias amanhã, e sim o nosso olhar profético sentencioso, que determinará toda nossa ação a partir dali.
Imaginem a importância desse olhar nas nossas mãos, professores!!
Alguns já discutem uma provável reprovação de um aluno, ainda no primeiro trimestre… Como se o improvável não fosse possível! Como se o improvável fosse mesmo improvável, apenas a partir um um olhar…
Que se coloque mais esperanças nos olhares!
Que se acredite mais nas possibilidades do que nas imperfeições!
Que se enxergue longe, sim, com os olhos, mas que deixe falar o coração e a bondade faça parte da nossa rotina diária!
O ano está acabando. As sentenças estão sendo dadas: quem seguirá com a turma e quem continuará no percurso. Que os grandes pedagogos e pensadores nos iluminem para que façamos as melhores escolhas! Que cada Conselho de Classe seja justo e coerente com cada aluno real, avaliando-o a partir do seu próprio desempenho e crescimento, dentro de suas potencialidades!
Que os olhares sejam de fé e de esperança de que é possível construir uma educação de qualidade nesse país!
Eu acredito, de olhos fechados.
(Texto escrito por mim, após oficina com a socióloga e educadora Lourdes Atié, na EMEF “Maria Leonor Pereira da Silva”, Vitória-ES)
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