3 de novembro.

Desde quando nasci, comemorei a data de três de novembro. Era o aniversário da minha avó e madrinha de batismo, Dora, mãe do meu pai. Em todos os anos, por toda a minha vida, havia bolo e tudo mais, na festinha que sempre fazíamos para ela. A família se reunia e era muito bom!

Depois que cresci, casei e quando estava grávida do meu primeiro filho, a data esperada para o seu nascimento era, aproximadamente, seis de novembro.  No fundo, eu torcia para que o bebê nascesse no dia da bisa, ou seja, três dias antes…

Havia chances reais, porém como o parto seria normal, diferente de  hoje em dia, que se escolhe a data do nascimento, tudo estava mesmo nas mãos do destino…

E ele quis que assim se cumprisse. Nasceu meu menino, de parto normal, no dia em que a bisavó completava setenta anos! Dia três de novembro de mil, novecentos e oitenta e três. Todos foram para a festa de aniversário, menos eu e ele que ficamos no hospital…

Aquela menina, recém-chegada ao mundo adulto, já tinha um menino nas mãos para cuidar!

Hoje ele completa vinte e oito anos e é motivo de muito orgulho para esta mãe que o criou, praticamente sozinha. Apenas contei com meu anjo da guarda, minha irmã, que dividiu comigo a responsabilidade de educá-lo. Luiz Fernando teve, e tem, duas mães!

Minha avó Dora já mora no céu, mas na data do seu aniversário continua tendo festa: ficou de herança para o bisneto!

A história da gente é assim. Não morremos enquanto vivemos nos nossos descententes. Não deixamos de existir enquanto alguém lembra e fala da gente… Como se vê a vida continua após a morte! E se depender da gente aqui de casa, minha avó viverá por muitos anos ainda…

Parabéns, meu filho! Que todos os seus sonhos se realizem! Seja feliz!