segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Farmácia da Vovó.

caixa-remedio_1

Todo mundo tem uma farmacinha em casa. Mesmo sabendo que não devemos praticar a automedicação, a gente acaba juntando um medicamento aqui, outro ali, e vai formando a nossa caixinha.

De vez em quando a arrumamos; verificamos a validade dos remédios e descartamos boa parte deles, já vencidos. Fiz isso, no último final de semana, e sobrou pouca coisa. Mas o suficiente para me fazer recordar dos remedinhos de antigamente. Muitos deles hoje não existem mais.

Quem não se lembra do famoso Elixir Paregórico? Meninas tomavam quando estavam com cólicas, dores de barriga, diarréia… Minha mãe misturava uma colherinha do remédio, num pouquinho de água, com uma colherinha de açúcar e um monte de carinho. Misturava tudo, a gente bebia e depois deitava. Colocava uma compressa quentinha. Passava.

Quando eu tinha tosse à noite, eram as Gotas Nican, que davam o alívio. Vinte e cinco gotinhas também misturadas na água. Se a tosse engrossava, o xarope Bromil era o indicado, em colheres de sopa, três vezes ao dia. Também se espalhava Vick Vaporub no peito, na hora de ir para cama. E bebia o sumo das folhas de saião, amassadas, pela manhã, em jejum. O uso de antibióticos não era tão popular…

bromil

Para dor de estômago ou cólica intestinal, chá de erva-doce e gotinhas de Atroveran. Problemas com o fígado: Sukepar. Se não caiu bem, sal de frutas Eno. E para dor de cabeça, comprimidos de Cibalena. Simples assim.

sal de frutas

Se a gente ficava fraquinho, amoado num canto, a mãe logo dava Biotônico Fontoura. Minhas primas tomavam Emulsão Scott. Confesso que eu nunca experimentei, mas elas faziam muitas caretas… O gosto devia ser extremamente horrível: a base de óleo de fígado de bacalhau!

emulsão scott2

Ainda havia o Mercúrio-Cromo para os machucados, que não ardia, e o Merthiolate, que ardia feito fogo, na hora que colocava… Eram desinfetantes e bactericidas muito comuns, na época. Toda casa tinha.

Algumas pessoas tinham o hábito de usar, como antisséptico, quando se feriam, a Violeta de Genciana. Ficava tudo roxo: machucado roxo, pele roxa, roupa manchada de roxo!!! Ainda bem que na minha família não havia esse hábito!

Não posso esquecer das pomadas Hipoglós, para as assaduras, e Minâncora, para os detestáveis cravos e espinhas! E para limpar a pele e retirar a maquiagem Leite de Rosas ou Leite de Colônia. A gente passava molhando o produto num chumaço de algodão. Depois ficava admirando como ele voltava sujo!!!

minancora

Nem sei como posso me lembrar de todos esses nomes e de todos os detalhes! Muito tempo se passou. Talvez porque o repertório não variasse tanto, como hoje em dia.

Avanços nas áreas da Ciência, Farmácia, Medicina, Saúde em geral, acontecem todos os dias, felizmente. Mas a quantidade dos mimos e dos carinhos, que acompanham os tratamentos médicos, se tornou menor, porque as mães da gente estão lá fora, trabalhando, ganhando o dinheiro, para comprar os remédios de que precisamos... É a vida. Não estão mais dentro de casa, cuidando da gente.

Ainda bem que existem as avós! E as tias. E as madrinhas.

colo

Hoje, tamanha é a saudade, que daria uma farmácia inteira, só para sentir o calor do colinho da minha avó… Remédio que cura os males da alma.

2 comentários:

  1. Nossa agora dei uma volta ao passado e revivi momentos únicos em minha vida muito boa essa matéria, valeu mesmo!

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  2. OH, MINHA LINDA... QUANTA SAUDADE VC ME FẼZ RECORDAR AGORA... OH TEMPO LINDO E MARAVILHOSO QUE VIVI. PARABÉNS VIU LINDA?

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