Há dezessete anos caminho sem ter minha avó do meu lado. Que falta que faz!
No último dia vinte e seis, escrevi um texto sobre o Dia dos Avós, que você deve ter lido. Encerrei o post com uma foto de nós duas. Eu tinha apenas um aninho e já me sentia segura no colo da Vó Dora.
Minha avó Dora, mãe do meu pai, era campista. Nasceu no norte fluminense, em Campos dos Goitacazes. Foi para lá, que meus bisavós Leone e Gilda Pazito se dirigiram quando chegaram da Itália, antes de se transferirem de vez, para a cidade do Rio de Janeiro. Nasceu em três de novembro de mil, novecentos e treze, a pequena Dora, filha mais velha desse jovem casal de imigrantes.
Já no Rio, meus bisavós criaram seus filhos em Ipanema, quando ainda se criava cabras por lá! Mais tarde foram para o Engenho Novo e foi lá que ela conheceu meu avô, o jovem Manoel Ferreira Alves.
Meu avô também era brasileiro, filho de imigrantes. Só que, como o nome indica, imigrantes portugueses. Meu bisavô Joaquim e minha bisavó Aurora vieram para o Brasil e montaram uma oficina mecânica na Rua Grão Pará.
E assim, nasceu a primeira história de amor que tenho conhecimento, na minha família. Manoel se apaixonou por Dora e quis declarar seu amor em forma de versos. Pediu então ajuda a sua irmã Adelaide, que prontamente, escreveu um acróstico, para que entregasse a sua amada.
Somente no ano passado, conheci o precioso documento, através das primas Regina e Maria Helena, e agora apresento a vocês.
“Desde o momento em que te conheci
Onda de amor dominou meu coração
Roguei a Deus para vencer e ser feliz
Algum dia, nesta minha intenção.
Mas se calcular pudesses que esse amor não se desfaz
Assim não duvidavas de mim um só instante.
Não penses, pois, que os corações sejam iguais.
Os homens muita vezes são constantes.
E, para acabar com esse sofrimento
Levar, desejo,ao fim meu intento.”
O fim da história eu conheço bem. O jovem Manoel conquistou o coração da jovem Dora. Namoraram, noivaram, casaram. Tiveram três filhos: Paulo Fernando, Luiz Carlos e Sérgio Roberto. Meu pai era o filho do meio. E eu sou fruto, também, do amor daqueles dois!
O gosto pela poesia, pelos escritos, vem de gerações. Está no sangue, no DNA da família. O gosto pelas histórias de amor também...
O amor de Manoel e Dora durou enquanto durou suas vidas. Ele se foi primeiro, em mil novecentos e sessenta e nove. E ela em noventa e quatro, há exatos dezessete anos atrás.
No aniversário de sua morte, nada de tristezas: uma homenagem a uma bela e especial história de amor. Graças a ela, que hoje estou aqui.
Como uma pessoa pode fazer tanta falta na vida de alguém!…
Adorei!! Alias, adoro tudo que vc escreve. Procure uma editora, um jornal ou uma revista e vá em frente, vc tem tudo para vencer!!! Bjs, Tia Maria Helena.
ResponderExcluirSinto mta saudade dela. Queria que ela ainda estivesse no meio de nós. Bjs. Conchita Pazito
ResponderExcluirNossa... minha avó foi uma presença muito importante em minha vida. Ela foi um exemplo de amor, de cuidado, de carinho, de excelente cozinheira. Ou seja foi uma avó das melhores. Saudades infinitas dela.
ResponderExcluirSimone Pazito