“Tu te tornas eternamente…” Nada!

A Raposinha bem que avisou ao Pequeno Príncipe:

- Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas…

Quase todo mundo conhece esse pedacinho do livro infantil, recheado de mensagens de vida seríssimas. Mas, na verdade mesmo, pouca gente, na vida real, assume a responsabilidade pelo que cativou! Ou por quem cativou.

As pessoas saem por aí cativando-se. A carência está geral. Logo todos se apegam e criam laços. Em pouco tempo, nos tornamos “amigos de infância”.

E nos relacionamentos amorosos, então? As pessoas “ficam”. Se curtem, criam intimidade e se vão. Praticamente se descartam…

- Ei. Estou entrando na sua vida, tá? Vamos ser felizes para sempre, até semana que vem. Ou antes, se você preferir.

Daí a gente faz tudo rapidamente. Conta a vida toda em três minutos, fala dos gostos e pula alguns defeitos desnecessários. Dá uma empurrada com a barriga. Toca a relação pra frente. Afinal, o cronômetro está marcando…

Mas, sem você perceber, nessa brincadeira perigosa, pode se dar o “cativar”, da Raposinha. Quando você se dá conta, já cativou ou já está cativado. Danou-se! Fugiu ao controle.

E aí, meus amigos, onde fica a responsabilidade pelos “nossos atos”? Quem é o primeiro a correr dela? Quem ficou para trás é quem vai sofrer… O que fazer quando alguém está apaixonado por nós, após ter sido cativado pela gente mesmo???

Tenho percebido que fugir está virando regra. E o que é diferente está virando exceção. O que estão fazendo com o Amor?!?

Pois eu quero amar sem limites e, assim, ser amada! Não precisa ser príncipe. Pode mesmo ser sapo. Apenas precisa ter coração e dignidade. Quero amar na confiança de não ser descartada, após uma semana de uso. Ou sete anos.

Será que o que eu quero já entrou em extinção?