segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O jeito carioca de comemorar.

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Tem diferença? Tem sim. Cada lugar tem seu jeito próprio de fazer festa e de pensar sobre ela. Eu tive a sorte de nascer numa cidade, onde comemorar sempre foi sinal de muita alegria compartilhada por todos.

Pode parecer que isso é meio óbvio, mas não é. Existem lugares em que os eventos só são extensivos aos membros da família. Ainda que os amigos também estejam por perto, a coisa não chega até eles. É restrito. Você sabe que haverá festa, vê o bolo ser encomendado, os convites em cima da mesa, mas você não é convidado. Nem os outros. Carioca estranha.

Você pode até pensar que se trata de restrições orçamentárias. Dinheiro curto e faz-se aquele bolinho para os mais íntimos. Mas não é o caso. É cultural mesmo. Não se têm o costume de abrir a casa para mais pessoas. O núcleo é sempre o familiar, salvo raríssimas exceções.

No Rio, a coisa é bem diferente. Começa pelo próprio conceito do que é família. Muito mais elástico. Envolve todos os primos de segundos, terceiros, quartos, quintos, sextos graus, cunhados e sogros e suas respectivas famílias, os filhos de criação com suas famílias biológicas já incorporadas, os ex-maridos ou ex-esposas com as suas atuais famílias, os irmãos dos filhos por parte do pai ou de mãe, a família do namorado(a) e por aí a fora.

Festa de família, no Rio, já tem uma multidão! E ainda não existe festa sem os vizinhos. A rua inteira. O pessoal da Igreja. Daí você pensa que estou exagerando. Que festa assim envolveria muito dinheiro! Mas a coisa funciona como na história bíblica da multiplicação dos pães. Tem pouco, mas dá pra todo mundo. Gasta-se menos com decoração e afins, e muito mais com comida e bebida. No fim, dá certo; todo mundo come, bebe, dança e se diverte muito.

Não consigo pensar em festa de outro jeito. Minha família sempre foi festeira. Nasci nesse meio, por isso estranho o que foge a isto.

Viver em comunidade, celebrando a vida é somar amigos, vitórias e muito mais! Só temos a ganhar.

Vamos abrir as nossas portas e alargar nossas fronteiras. Família é muito bom, nosso porto seguro, mas não podemos esquecer que com os amigos também podemos contar. Que tal aliar as duas coisas?

Isso dá uma grande festa!

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