segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Existe idade certa para aprender a ler?

Se o assunto é polêmico, então, preciso dar o meu pitaco!

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Os alunos com menos de seis anos não podem ingressar no primeiro ano, do Ensino Fundamental, de acordo com as normas brasileiras (ditadas pelo Conselho Nacional de Educação e  pelo Ministério da Educação). Em outras palavras, devem continuar na Educação Infantil, ainda que repitam o ano, pois são consideradas muito jovens para “aprenderem a ler”.

Terei a ousadia de discordar.

Afinal, leis que regem o Ensino são, ou deveriam ser, formuladas por especialistas em Educação, mas muitas vezes, parecem apenas atender aos interesses econômicos e políticos! Aqueles que vão além, ou estão aquém, dos verdadeiros objetivos pedagógicos. Essa regra da limitação da faixa etária para o ingresso no Ensino Fundamental é uma delas.

Num país onde a alfabetização é ainda um dos nossos pontos fracos, as crianças deveriam ter todas as portas amplamente abertas para serem alfabetizadas. Não deveria haver nenhum obstáculo, de nenhuma espécie! Ao contrário, deveriam ser conduzidas para dentro de nossas escolas, pois, neste caso, idade não é documento.

Aprender a ler é algo prazeroso e instigante. Se dá desde cedo, a partir do momento quando ela começa a perceber que a fala pode ser representada por símbolos: as letras. 

A criança observa, faz perguntas, busca um sentido, uma organização de ideias. E você, simplesmente, pode e deve responder os seus questionamentos. Quando maior sua inclusão no mundo alfabetizado, mais rapidamente se dará a sua alfabetização, pois ela será mais estimulada. A escrita fará parte do seu dia-a-dia; terá sentido para ela. Verá seus pais fazendo a lista de compras, anotando um recado, preenchendo um cheque, lendo um livro na hora de dormir... Livros e revistas sempre à mão. Papéis, folhetos, rótulos, painéis, títulos em exposição... Irmãos mais velhos e adultos escrevendo, com prazer, na tela do computador e torpedos, no celular.

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Cada vez mais a escrita faz parte do nosso cotidiano. E a criança está inserida nele também.

Meu filho Luiz Fernando, desde bem novinho, sempre se interessou pelo mundo da escrita. Perguntava com que letra se iniciava o nome de todos da família; pedia que a madrinha escrevesse todos eles num papel. Ficava sentadinho olhando as revistinhas em quadrinhos, da Turma da Mônica. Vez ou outra, perguntava o que algum personagem estava dizendo. A gente lia e ele ria. E isso era constante. Certa vez, quando ele tinha apenas quatro anos, qual foi a nossa surpresa, quando leu todo o cardápio exposto, no quiosque da praia. Ele tinha aprendido a ler e ninguém tinha percebido!

Ninguém me contou. Aconteceu conosco. Eu vi o processo de aquisição da escrita acontecer naturalmente, num meio alfabetizado, é claro. Mas meu filho foi uma criança normal, como tantas outras. O diferente é achar que a alfabetização tem que ser dolorida e complicada.

Por isso, considero um absurdo impedir uma criança de ingressar no primeiro ano, porque ainda não completou seis anos!

Precisamos de brasileirinhos escritores. Lendo e escrevendo desde novinhos. Seres pensantes. Críticos e produzindo história. Lugar de criança é na escola sim! E desde cedo. Não faz sentido, Senhores Especialistas! Se é por economia de recursos, esse impedimento, afirmo que é um crime contra a Nação!

Está na hora de pensarmos seriamente em erradicarmos, de vez, o Analfabetismo no Brasil. Esta deve ser a nossa grande meta e a nossa grande preocupação. Para isso precisamos, só para começar a conversa, colocarmos todas as crianças em escolas de qualidade, que respeitem as características de sua faixa etária, seja ela qual for, e o seu nível de desenvolvimento físico e mental. Jamais impedi-las de entrar!!!

Aprender a ler pode e deve ser feito com prazer e brincando!

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8 comentários:

  1. Eu também fui auto-alfabetizada. Nem sei como aconteceu, quando percebi, eu já lia. Acho que tinha uns cinco anos. Mas, escrever mesmo, fui aprender no primeiro ano, digo escrever sem copiar, treinando com ditados. E sempre ouvi dizer que para o governo não interessa a maioria pensante, que leia, se informe, quanto mais ignorante, semi-alfabetizado for povo, melhor é. Resultado disso nós vemos nas vergonhosas eleições dos nossos governantes, tem gente que vende seu voto por cesta básica, pagamento de conta de água, luz, e até um botijão de gás. Enquanto for assim, melhor para o governo. O povo não precisa pensar, ler e escrever. bjs,, De!♥

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  2. OI DENISE,TUDO BEM?SIM CONCORDO COM TUDO O QUE DISSE,VOU SEGUIR VC NO SEU BLOG,QUERO LER TUDO OQUE SEJA PUBLICADO COM O TEMA EDUCAÇÃO E VAMOS CONVERSAR COBRE COMO EDUCAR AS CRIANÇAS CERTO?ESPERO O SEU OK/?ABRAÇO

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    1. Meu blog aborda temas variados, Sandra. Mas como sou professora e pedagoga, sempre a Educação se faz presente por aqui... Entre sempre e fique à vontade. Um abração.

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  3. Olá bom dia a minha filha de 6 anos estar no 1 ano fundamental ainda nao sabe ler e normal

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  4. Boa noite, Rubya. Sua filha está se alfabetizando. Ela está em processo. Já deve ter várias hipóteses sobre a leitura e a escrita, em andamento! Estimulada pela escola, ela poderá levar mais ou menos tempo. O fator individual conta no tempo necessário por cada pessoa. Você também pode estimulá-la, envolvendo-a em situações de escrita, por exemplo, quando fizer a lista do supermercado ou anotar um recado. Pode comprar revistinhas da Turma da Mônica. Pode colar o alfabeto no quartinho dela. Pode estimulá-la a reconhecer os rótulos, nos produtos da cozinha. Tudo isso é importante e surte resultados. É necessário que ela perceba a função social da escrita, entende? Que ela perceba que ler e escrever torna a nossa vida mais fácil. Um abraço.

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  5. Boa noite, o meu filho tem 6 anos. saiu do pré sabendo
    ler bastante coisas, só que agora está em uma escola que diz que a lei não exige que uma criança que está no 1°ano saiba ler ,estou muito confusa porque agora ele já sabe ler muito mais do que sabia antes( não pela escola e sim com o meu incentivo em casa)e tenho medo de ficar trocando de escola, temo pela sua segurança.
    A apostila que ele usam é Anglo, mas isso não quer dizer nada, quem está conduzindo o ensino, não está fazendo direito.Muito obrigada por ter esse espaço que eu possa desabafar.Um forte abraço!

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  6. Meu neto, com três anos e meio, está lendo. Aprendeu sozinho. Não deu nem tempo de entendermos como isso aconteceu. Por outro lado, talvez por ser uma criança bilíngue, não se expressa verbalmente com tanta facilidade, embora tenha um vocabulário excelente. Foi uma surpresa para todos nós.

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  7. Meu filho tem seis anos e meio e não sabe nem o alfabeto só conta até 10

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