quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O que você deixou de ser quando cresceu?

crescer(Foto pulbicada em livrosepessoas.com)

Então eu, agora, faço-lhe aquela tradicional pergunta, só que às avessas: o que você deixou de ser quando cresceu?

Perdemos, sem dúvida, em ingenuidade. O mundo e a vida, que passaram a ter sentido, deixaram de ser encantados e encantadores, para ter outros adjetivos, como: perigosos, sufocantes, estressantes, conturbados…

Perdemos em brincadeiras. Vida levada à sério. Trabalhamos para o sustento. Sem trabalho: sem comida, sem aluguel, sem saúde, sem dignidade. Isso tem graça?

Perdemos em espontaneidade. Pensamos cem vezes antes de falarmos ou tomarmos alguma atitude. Ou pelo menos, deveríamos… Agora, sabemos que nossa fala e nossa ação nos compromete.

Perdemos em carinho e proteção. Como aquele lugarzinho na cama dos pais, que era o melhor lugar do mundo, nas madrugadas aflitivas!

Muitas e muitas perdas… E a gente nem podia imaginar! Queria crescer correndo! Queria ser ator, astronauta, mergulhador, corredor de Fórmula 1, cantora, aeromoça, pediatra, professora… Queria que o futuro não demorasse tanto pra chegar…

Mas quando a gente cresce, muitas vezes, também deixa de sonhar. E nossos erros tornam-se maiores, com maiores consequências. Fazem estragos! E os beijos da mãe já não conseguem mais consolar…

Algumas lágrimas ainda teimam em rolar pelo rosto. Agora, envergonhadas. E os sorrisos não mais tão autênticos, podem esconder sentimentos, simular situações… Adultos aprendem a controlar as emoções e, muitas vezes, a utilizarem como um recurso, na vida em sociedade. Vai que cola!

Por isso escolhi trabalhar com crianças! Optei pela autenticidade. Cresci, mas continuo apreciando a sua companhia. Prefiro lidar com as suas verdades.

No Dia das Crianças, o beijinho da Tia Denise vai para todas elas, que tornam esse mundo mais humano, mais bonito, mais amigo, mais sincero.

Uma pena que cresçam…

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(Obrigada, Geraldo, pela inspiração de hoje.)

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