Uma lâmpada negra, que na realidade era roxa, grande e imponente, que mantinha a iluminação do ambiente. Normalmente era na sala da casa. Tiravam-se os móveis ou os empurravam para os cantos e estava pronta a pista. Uma mesa à espera dos salgadinhos, “sacanagem” (palitos com queijo, azeitona, pimentão e salsicha), sanduíches de pão de forma em formato de pequenos triângulos. Muita coca-cola, guaraná, e para os mais velhos hi-fi, que era a bebida que nomeava a festa: uma mistura de refrigerante de laranja, vodka e gelo.
Início dos anos setenta. Música lenta, estrangeira; balada pra dançar quase parado, muito colado no corpo de alguém…
Quem não se lembra? “You make me feel brand new”.
Dançava-se agarradinho mesmo. Tão junto que não passaria uma folha de papel. E a gente suava… Por tantos motivos, suava. O calor intenso do próprio corpo misturado com a alta temperatura do outro corpo colado ao nosso… Blusa gola alta tipo cacharrel. Shorte e botas de cano longo. Mas podiam ser calças compridas boca de sino bem grandeeeeeeeeee mesmo.
Alguém ficava responsável por colocar os discos na vitrola. O DJ da época tinha que ser igualmente hábil aos de hoje em dia. Tinha que conhecer as músicas mais lindas e apreciadas, que seriam capazes de eternizar aqueles momentos.
Eternizaram. Quem viveu aquelas noites frias tão quentes não consegue ouví-las sem se emocionar…
As músicas italianas também marcaram presença nessa época. Eu, particularmente, era apaixonada por elas. E sou até hoje.
Lá pelas tantas, a avó da gente entrava na sala para fazer a ronda habitual do horário. Trazia uma bandeja de qualquer coisa gostosa. O cara da vitrola aproveitava, para colocar uma música mais dançante… A galera animava!
E aí alguém ia no interruptor e fazia na lâmpada um efeito pisca-pisca, apertando-o e largando várias vezes seguidas. Coisa absolutamente artesanal, mas suficientemente eficaz. Surtia efeito, como tudo mais que existia ali.
Quantos anos tínhamos? Onze, doze, treze, quatorze ou mais? Tanto tempo passou, mas com certeza essas festas ainda povoam as nossas mais doces lembranças.
Muito bom ter vivido tudo isso pra poder recordar com vocês…
Caraca, amiga, esse túnel do tempo me deixou arrepiada! Meu Deus, que saudade! Noi due per sempre e Torneró então, eu amava!
ResponderExcluirÉ, recordar é viver! E vou dormir suspirando hj, sentindo o gostinho do Martini e das sacanagens, que eu comia e imaginava!
Obrigada!
Helenice
He
Olha que não sou tão velha,kkkk, mas lembro muito da música "You make me feel" e também da "sacanagem", tinha pavor quando ia nos casamentos, pq na época odiava o pimentão,kkkkk.
ResponderExcluirHoje coloco pimentão em tudo.As outras músicas, mexeram comigo, ainda mais que to down, devido ao q aconteceu e vc sabe. Bjs
Creio que nesse apanhado ainda faltou Gigliola Cinqueti. Lembra? Voltei no tunel por akguns momentos. Obrigado. Achei que era apenas uma a passar por ele as vezes. Bjs.
ResponderExcluirBem...começo dos anos 70 eu tava nascendo...mas algum tempo depois ainda vivi as lembranças dos outros: primas, irmão, amigas e o gosto por festas me fez conhecer um pouco do glamur dessa época que até hoje me faz feliz com as recordações...não dancei tooodas essas músicas, mas garanto que me acabei vendo o filme "Mama mia"...adoooro todas aquelas músicas. Ah...eu comi muita sacanagem tbm.
ResponderExcluirbjin