sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Um pouco mais sobre Harry Potter: “Abracadabra” e “Avada Kedavra”

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(…)  ABRACADABRA?!

“O feitiço mais letal descrito nos livros de J.K. Rowling é o Avada Kedavra, usado por Lord Voldemort para matar os pais de Harry Potter (o jovem se torna famoso por ter sido o primeiro a sobreviver a esse encanto, ficando apenas com uma cicatriz em forma de raio na testa).

Segundo o escritor David Colbert, que em O Mundo Mágico de Harry Potter analisa mitos e lendas presentes na série, a expressão viria do aramaico abhadda kedhabra, que significava "desapareça deste mundo" e era usada por antigos feiticeiros para curar doenças. A semelhança com a mais famosa das palavras mágicas não é mera coincidência: essa seria a origem do termo "abracadabra", empregado desde a Antiguidade também para curar doenças e, principalmente, baixar a febre. Ela era usada, por exemplo, pelo médico e escritor romano Quinto Sereno Samônico, que, por volta do ano 200, acompanhava o imperador Sétimo Severo.

Como conta o inglês Daniel Defoe em Diário do Ano da Peste, escrito em 1722, a abracadabra chegou a ser usada contra a peste negra, já no século 17. Nascida como coisa séria, ela atravessou milênios para se transformar em parte do vocabulário de mágicos que animam festas infantis. A diferença é que, na realidade histórica, ela era usada para o bem. Já o Avada Kedavra, dos livros de Harry Potter, é um feitiço do mal, empregado para matar. J.K. Rowling, aliás, criou vários feitiços, a maioria com nomes baseados no latim (como o petrificus totalus, que paralisa suas vítimas).

As mulheres tidas como bruxas na vida real não usavam feitiços, mas parecem ter servido de inspiração para caracterizar os Comensais da Morte, o grupo de seguidores do terrível Voldemort. Todos eles têm uma tatuagem conhecida como Marca Negra, o que provavelmente é uma referência à chamada Marca do Diabo, que na Idade Moderna era atribuída às bruxas. Naqueles tempos, qualquer verruga ou pinta maior poderia ser vista como a tal marca e fazer uma mulher ir parar na fogueira.

A mandrágora, planta usada em poções de amor das feiticeiras da Idade Média, também faz sua aparição na série. Devido à forma de sua raiz, que lembraria o corpo humano, criou-se a crença de que ela berraria ao ser arrancada do solo, e que seu grito seria fatal para quem o ouvisse. Em Harry Potter e a Câmara Secreta, os alunos de Hogwarts aprendem com a professora Sprout que a mandrágora pode ser usada em tônicos que libertam pessoas de feitiços. O poder curativo da planta nos livros se justifica historicamente: ela foi mesmo usada em poções analgésicas e calmantes desde a Antiguidade.

Além do famoso vegetal, a série conta com dezenas de animais fantásticos, especialmente em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. É nesse volume que o grandalhão Hagrid se torna professor de Trato de Criaturas Mágicas em Hogwarts. Bichos míticos e lendários, na maioria das vezes perigosos, são tratados por ele como se fossem animais de estimação. Alguns seres monstruosos descritos por J.K. Rowling (veja quadro abaixo) não são domesticáveis. Já animais cercados de misticismo, como sapos, gatos, ratos e corujas, servem de mascote em Hogwarts. Hermione, a grande amiga de Harry, tem um gato. Rony Weasley, outro amigo seu, tem um rato. O próprio Harry possui a coruja Edwiges, animal que na Idade Moderna era tido como o mensageiro das bruxas.

Já o professor Remo Lupin não tem um bicho, mas, contra sua vontade, transforma-se em um perigoso lobisomem nas noites de lua cheia. Ao contrário dele, os feiticeiros que J.K. Rowling chama de animagos viram bichos intencionalmente, sem perder seus poderes (é o caso de Perebas, o rato de Rony, que depois revela ser Pedro Pettigrew). Entre os poucos que têm esse dom estão a professora McGonagall, que vira gato, e Tiago Potter, pai de Harry, que sabia se transformar em cervo. Se o termo animago é novo e surgiu da inventividade da escritora inglesa, a capacidade de se tornar animal é antiga: na mitologia grega, por exemplo, Proteu se transformava em vários bichos.” (…)

(Por Flávia Ribeiro – em http://guiadoestudante.abril.com.br/)

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Ontem foi o aniversário do bruxo mais famoso do mundo: Harry Potter. Não coincidentemente é, também, o aniversário da sua criadora: J.K. Rowling. Enquanto ele faz 34 anos, ela completa 49.

Parabéns para ambos! Amo muito todos os dois. Sou muito fã.

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