quarta-feira, 13 de maio de 2015

Caridade compulsória dentro do transporte coletivo

dentro do ônibus(Foto: Antônio Menezes/ Arquivo AC)

Há alguns anos, eu não andava tanto de ônibus como tenho andado nos últimos tempos. Sinceramente, sou daquelas que, se não tiver carona, e o destino foi razoavelmente perto, prefiro cumpri-lo a pé.

Acontece que o destino me colocou num trabalho onde se faz necessário, constantemente, me locomover entre os diferentes espaços, de ônibus! Além do desconforto rotineiro das viagens, e sem falar do preço salgado das passagens, uma coisa tem me incomodado bastante: a enorme quantidade de pedintes que tem frequentado os coletivos. Está insuportável.

Diariamente, pessoas “doentes” ou seus familiares, “pais” de famílias desempregados, “ex-drogados”, representando ou não entidades de apoio à causa, ou seja, representantes de toda a espécie da tragédia humana exigindo o apoio dos passageiros…

Eu não exagerei ao me expressar. O que eles fazem, dentro do coletivo, após seus longos e cansativos discursos, em voz muito alta, é exigir, por pressão psicológica, que os passageiros contribuam com determinada quantia, para suas causas. Pelo menos, é assim que me sinto: coagida!

Essa coerção pode estar manifesta no olhar com que se impõem aos presentes, ou pela insistência enfática para que segurem seus cartões ou outros objetos afins, ou até mesmo expresso nas mensagens ou entrelinhas de suas falas. A única intenção é arrecadar fundos para o seu projeto, que nem sabemos se é verdadeiro!

Muitos motoristas, talvez por medo, permitem que essas pessoas viajem em seus coletivos sem pagar. Após arrecadarem o dinheiro, descem e devem recomeçar tudo de novo, num outro ônibus. Um processo que deve render um bom lucro no final do dia… Para mim, está sendo desesperador!

Se eu fosse doar para cada pedinte que encontro, diariamente, não haveria dinheiro que desse! Por aqui, a coisa está assim. Muito difícil.

Solicito providências das autoridades competentes. Não sou contra a caridade, mas acredito que dentro dos ônibus não é mesmo o lugar ideal para essa prática. Não há como separar o joio do trigo

Os espertalhões estão por toda parte.

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