(Foto: Reprodução Google)
Ninguém me preparou para ser pai. Fui pega de surpresa! Uma missão tão difícil, quanto necessária. Fui aprendendo na marra… Um jeito de dizer não com autoridade e amor!
Quando a gente engravida e tem um filho, acredita que a sua criação será um trabalho a quatro mãos. Educá-lo deveria ser tarefa de equipe. Pelo menos, era assim que eu acreditava... Não demorou muito para eu entender que a vida pode ser bem diferente daquelas primeiras lições que a gente aprende, ainda em casa...
Com licença, eu fui à luta. Tomei meu menininho pela mão e fui pai também. Prover seu sustento, tomar todas as decisões, acompanhar nas aulas de piano, de taekwondo, em todas as consultas do pediatra. Dormir ao lado, ensinar as primeiras letras, colocar metiolate nos machucados do joelho… Mãe que é pai faz tudo isso e muito mais!
Estive nas reuniões da escola. Protegi. Amparei. Aconselhei. Castiguei. Fui cúmplice. Fiquei noites acordada esperando… Fiz o dinheiro render. Paguei todas as contas. Comprei todas as roupas da moda que pude. E tênis. E bonés. E mochilas. E CDs da Marisa Monte. Mãe que é pai faz tudo isso e muito mais!
E na tentativa de ser feliz e encontrar meu par, mais uma vez, a vida me pegou outra peça: mais um filho para eu ser pai. (Afinal, eu já tinha pegado o jeito…) E a família aumentou. E ninguém quis saber se eu daria conta…
A minha história não é nenhuma exceção. Nenhuma raridade. Sou como muitas mulheres guerreiras que conheço e como outras tantas que jamais conhecerei nesta vida, mas que estão por aí!
Vínculo com pai biológico é muito mais difícil de ser estabelecido! Para muitos homens trata-se apenas de mais uma noite de sexo, talvez, com sorte, uma noite de amor. Sem maiores envolvimentos e consequências. Apenas mais uma ejaculação, para muitos… Já a mulher que engravida carrega consigo o fruto da sua ação e tudo mudará a partir de então! Inevitável.
Por isso aqueles que são pais, de verdade, são tão preciosos e tão importantes! Souberam se dar quando não havia a presença do filho em seu ventre. Doaram seu coração para ele, que é parte de si, e a partir daí o encantamento do Amor tratou de estabelecer todos os vínculos. Relação de Amor eterno! Daqueles para além da vida. Daquele que eu tinha com o meu pai, que me faz tanta falta…
Mãe que é pai não é pãe, é MAI! E, para todas elas, o meu carinho e o meu reconhecimento, neste dia.
Parabéns para os papais de verdade! Muitas bênçãos, nesta data especial!
(Imagem: Bligz.net)
Fui mãe e pai de três filhos. Meu marido faleceu em 1974 quando meus filhos tinham estas idades: 15,13 e 12 anos. Financeiramente, meu marido trabalhava em três lugares, sendo que só tinha carteira assinada onde ganhava menos, isto é, somente um salário. (era comum não assinarem as carteiras dos empregados). Trabalhei como pprofessora, pedagoga, secretária e diretora escolar. Fui convidada a escrever em três editoras. Para cumprir com minhas obrigações, trabalhava até sábados, domingos e feriados.Meus filhos fizeram concurso para o Colégio de Aplicação da UERJ, onde o horário era integral, o que me permetia trabalhar o dia inteiro. Hoje tenho 86 anos e ainda trabalho como voluntária dando aula de Informática para pessoas carentes. Meus filhos não dependem de mim, se formaram, trabalham, são casados, tem filhos e netos. Sou feliz porque meus filhos tem uma qualidade imprecindível, dentre outras, que é CARÁTER, não comum em nossa sociedade. Trabalho não mata ninguém.
ResponderExcluirA sua vida é uma lição, da qual tive o orgulho de ter sido aluna... Uma honra ter lhe conhecido e conservado esta amizade.Você é, sem dúvida, uma grande guerreira!!!
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